O delegado Gérson Machado, ex-titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), prestou depoimento à Corregedoria Geral da Polícia Civil nesta quinta-feira (27) para esclarecimentos referentes à nota enviada por ele ontem, em que questiona sua transferência. No depoimento desta quinta, Machado alegou que foi mal interpretado e que não quis "ferir ou macular" a imagem de seu então superior, o delegado Luiz Carlos de Oliveira, chefe da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, de acordo com nota encaminhada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil.
Segundo o texto, Machado negou ter enviado nota à imprensa, "constando em seu depoimento a informação de que ele apenas divulgou a nota por meio de um site". Apesar disso, o próprio delegado não soube informar à Corregedoria qual foi o site onde a nota foi publicada, segundo a Polícia.
O e-mail enviado por Machado à imprensa causou um mal-estar na corporação. Na nota, Machado diz que, dois meses após assumir a DFRV, foi chamado por Oliveira, que "veio com um pedido relacionado a lojas de autopeças, e que eu disse que não iria atender, por ser contra meus princípios". Na quarta-feira, a Gazeta do Povo procurou Machado para comentar o texto divulgado, mas, por meio de seu assessor, ele informou que só se manifestaria por meio da nota que havia encaminhado.
À Corregedoria da Polícia Civil, Machado negou que tenha havido solicitação ou determinação por parte de Oliveira. "Machado esclareceu que, ao dizer na nota que não atendeu ao pedido do divisional por ser contra seus princípios, referia-se ao fato de ele não concordar em sobrecarregar ainda mais os investigadores, que estão afastados de suas funções, fazendo as vezes de carcereiros", diz a nota da Polícia Civil.
Nesta quinta-feira, a Gazeta do Povo procurou o delegado Machado por telefone, mas ele não atendeu as ligações.