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Um jovem de 19 anos morreu nesta quarta-feira (23) após bater a moto CB300 que conduzia em um Fiat Doblô, no bairro Capão da Imbuia, em Curitiba. O acidente, que terminou com a morte de Pedro da Silva Souza Júnior, foi uma das oito ocorrências envolvendo motociclistas em Curitiba e região metropolitana, das 7 às 17 horas desta quarta-feira. Os números são do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma de Emergência (Siate).

Dos oito acidentes registrados no período, apenas um terminou sem pessoas feridas. No total, foram oito vítimas. Além do rapaz que morreu, um homem de 29 anos foi socorrido em estado grave pelo Siate, depois que um carro bateu na moto que ele dirigia, na Rua Anne Frank, no Boqueirão. As outras seis vítimas foram hospitalizadas com ferimentos leves, entre elas, uma jovem de 17 anos. Seis acidentes ocorreram em Curitiba, um em Pinhais e um em Araucária.

O presidente da comissão de direito de trânsito, da subseção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil, o advogado Marcelo Araújo, avalia que o aumento da violência no trânsito envolvendo motociclistas não é um fenômeno restrito à região de Curitiba. Ele lembra que as motos são veículos mais vulneráveis a acidentes. "Dificilmente o condutor sai de um acidente sem lesões", pontua.

Outro aspecto é o aumento das vendas de motocicletas em todo o país. "As motos passaram a ser primeira opção de locomoção de muitos brasileiros, inclusive para trabalhar", aponta o especialista. Neste contexto, a adoção de medidas de segurança exigidas por lei e a educação no trânsito são determinantes, segundo Araújo. "É preciso superar essa disputa por espaço que há entre carros e motos. Este fator é um grande causador de acidentes", disse.

Desistência

A violência no trânsito fez o policial militar Aderico Badaró Júnior aposentar sua motocicleta, depois de dez anos usando as motos como meio de locomoção. Ele tinha uma CG 150, com a qual ia ao trabalho todos os dias. Em junho deste ano, ele retornava para casa após o expediente, por volta das 7h45, quando quase foi atropelado por um Dakota. "Eu estava parado por causa do sinal fechado. O outro veículo veio em velocidade acentuada. Quando me viu, o condutor conseguiu desviar e por pouco não passou por cima de mim", relata.

Dias depois, o cabo Badaró vendeu sua moto e passou usar os ônibus como meio de transporte. "Mesmo respeitando as leis de trânsito, eu quase fui vítima de um acidente. Eu preferi ter que acordar mais cedo para pegar o ônibus do que passar por uma situação mais grave", disse.

Imprudência

Segundo o delegado Armando Braga Neto, da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), boa parte dos acidentes está diretamente relacionado à imprudência, ou de motoristas de carros que se envolvem nas ocorrências, ou dos próprios motociclistas.

No domingo (20), um casal que trafegava em uma moto foi atropelado por veículos que, segundo a polícia, disputavam um racha, no bairro Boa Vista, em Curitiba. Célia Corrêa, que estava na garupa, morreu no local. O marido dela está hospitalizado, em estado gravíssimo. Dois homens foram presos pelo crime. Segundo Braga Neto, os acusados confessaram terem passado a tarde ingerindo bebidas alcoólicas, antes de iniciarem o racha. Um dos envolvidos no acidente nem sequer tinha carteira de habilitação.

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