Faltam duas semanas para começar a valer o novo limite de velocidade nas ruas e avenidas do anel central de Curitiba. A partir de 16 de novembro, os motoristas que trafegarem acima de 40 quilômetros por hora estarão sujeitos a multas. É a chamada Área Calma, com 140 quarteirões, que estabelece novas regras para circulação de veículos em todas as vias dentro do polígono formado pelas ruas André de Barros/ Nilo Cairo, Mariano Torres, Luiz Leão, Inácio Lustosa e Visconde de Nacar.
Especialista responde a dúvidas dos leitores
Travessia elevada
“Cultura individualista e rejeição ao novo provocam revolta”, diz estudioso
Com a experiência de quem conduziu programas de segurança no trânsito, já morou na Europa e escreveu livros sobre o comportamento dos brasileiros em rodovias e ruas, o jornalista J. Pedro Côrrea acredita que as reações negativas à Área Calma estão relacionadas ao “estranhamento com o novo” e ao desconhecimento sobre assunto. “Parece faltar bom senso e um pouco mais de informação”, diz. Ele compara com a decisão de “fechar” um pedaço da rua XV de Novembro, na década de 1970, para transformar em um calçadão. “Os comerciantes foram para a rua protestar, mas quando começou a funcionar viram que estava dando certo. Passou de absurdo a cartão postal em pouco tempo”, lembra.
Para J. Pedro, a cultura individualista leva a reações exacerbadas. “As pessoas não estão preocupadas com a coletividade, mas com os seus próprios interesses”, diz. Para ele, a discussão é muito mais emocional do que racional. “A velocidade baixa é importante para todo mundo, para a cidade, para as pessoas, para o trânsito, num sistema ganha-ganha. É social e economicamente interessante”, afirma.
O especialista afirma que o Brasil não tem cultura de segurança no trânsito e destaca que a redução gradativa de velocidade não chega a ser uma tendência em outros países porque já é adotada há muitas décadas. “Na Inglaterra, começou lá por 1930”, diz. Segundo J. Pedro, a medida tem sido tão eficiente que se alastrou por vários lugares. Ele conta que em 75% de uma cidade holandesa o limite é de 30 km/h, assim como em um bairro inteiro de Estocolmo. “E um símbolo de liberdade, as autobans alemãs estão estudando limitar a velocidade”, comenta.
Sobre a Área Calma, o especialista apenas questiona o nome escolhido. Para ele, devia se aplicar a regra usada em outros países e também em São Paulo, em que a região passa a ser conhecida pelo número da velocidade máxima. “O mundo chama Zona 30, 40 e 50. É melhor porque não causa dúvida para alguém que vem de fora. O local pode até ser bem sinalizado, mas seria um reforço a partir do nome”, avalia. (KB)
“Cultura individualista e rejeição ao novo provocam revolta”, diz estudioso
Com a experiência de quem conduziu programas de segurança no trânsito, já morou na Europa e escreveu livros sobre o comportamento dos brasileiros em rodovias e ruas, o jornalista J. Pedro Côrrea acredita que as reações negativas à Área Calma estão relacionadas ao “estranhamento com o novo” e ao desconhecimento sobre assunto. “Parece faltar bom senso e um pouco mais de informação”, diz. Ele compara com a decisão de “fechar” um pedaço da rua XV de Novembro, na década de 1970, para transformar em um calçadão. “Os comerciantes foram para a rua protestar, mas quando começou a funcionar viram que estava dando certo. Passou de absurdo a cartão postal em pouco tempo”, lembra.
Para J. Pedro, a cultura individualista leva a reações exacerbadas. “As pessoas não estão preocupadas com a coletividade, mas com os seus próprios interesses”, diz. Para ele, a discussão é muito mais emocional do que racional. “A velocidade baixa é importante para todo mundo, para a cidade, para as pessoas, para o trânsito, num sistema ganha-ganha. É social e economicamente interessante”, afirma.
O especialista afirma que o Brasil não tem cultura de segurança no trânsito e destaca que a redução gradativa de velocidade não chega a ser uma tendência em outros países porque já é adotada há muitas décadas. “Na Inglaterra, começou lá por 1930”, diz. Segundo J. Pedro, a medida tem sido tão eficiente que se alastrou por vários lugares. Ele conta que em 75% de uma cidade holandesa o limite é de 30 km/h, assim como em um bairro inteiro de Estocolmo. “E um símbolo de liberdade, as autobans alemãs estão estudando limitar a velocidade”, comenta.
Sobre a Área Calma, o especialista apenas questiona o nome escolhido. Para ele, devia se aplicar a regra usada em outros países e também em São Paulo, em que a região passa a ser conhecida pelo número da velocidade máxima. “O mundo chama Zona 30, 40 e 50. É melhor porque não causa dúvida para alguém que vem de fora. O local pode até ser bem sinalizado, mas seria um reforço a partir do nome”, avalia. (KB)
Muitos leitores questionaram a implantação da Área Calma alegando que bastaria que os pedestres atravessassem as ruas usando espaços seguros, como a faixa, para que não houvessem mais acidentes. E alguns indagaram porque não eram instaladas mais travessias elevadas. Cada passagem de mesmo nível custa, em média, R$ 7 mil (dependendo do sistema de drenagem). A cidade tem 220, como a que fica na Rua Riachuelo, atrás do antigo Paço Municipal (foto). Segundo o diretor de Engenharia da Setran, Maurício Razera, há regras claras desde 2014 para a instalação das travessias. A via não pode ter declive acentuado, precisa ter meio-fio e calçada e com grande fluxo de pedestres. “É um obstáculo a mais que pode causar acidentes quando o motorista não presta atenção”, pondera. Também prejudica o deslocamento rápido de viaturas policiais e dos bombeiros. Preferencialmente, devem ser colocadas em frente a escolas.
“Cultura individualista e rejeição ao novo provocam revolta”, diz estudioso
Com a experiência de quem conduziu programas de segurança no trânsito, já morou na Europa e escreveu livros sobre o comportamento dos brasileiros em rodovias e ruas, o jornalista J. Pedro Côrrea acredita que as reações negativas à Área Calma estão relacionadas ao “estranhamento com o novo” e ao desconhecimento sobre assunto. “Parece faltar bom senso e um pouco mais de informação”, diz. Ele compara com a decisão de “fechar” um pedaço da rua XV de Novembro, na década de 1970, para transformar em um calçadão. “Os comerciantes foram para a rua protestar, mas quando começou a funcionar viram que estava dando certo. Passou de absurdo a cartão postal em pouco tempo”, lembra.
Para J. Pedro, a cultura individualista leva a reações exacerbadas. “As pessoas não estão preocupadas com a coletividade, mas com os seus próprios interesses”, diz. Para ele, a discussão é muito mais emocional do que racional. “A velocidade baixa é importante para todo mundo, para a cidade, para as pessoas, para o trânsito, num sistema ganha-ganha. É social e economicamente interessante”, afirma.
O especialista afirma que o Brasil não tem cultura de segurança no trânsito e destaca que a redução gradativa de velocidade não chega a ser uma tendência em outros países porque já é adotada há muitas décadas. “Na Inglaterra, começou lá por 1930”, diz. Segundo J. Pedro, a medida tem sido tão eficiente que se alastrou por vários lugares. Ele conta que em 75% de uma cidade holandesa o limite é de 30 km/h, assim como em um bairro inteiro de Estocolmo. “E um símbolo de liberdade, as autobans alemãs estão estudando limitar a velocidade”, comenta.
Sobre a Área Calma, o especialista apenas questiona o nome escolhido. Para ele, devia se aplicar a regra usada em outros países e também em São Paulo, em que a região passa a ser conhecida pelo número da velocidade máxima. “O mundo chama Zona 30, 40 e 50. É melhor porque não causa dúvida para alguém que vem de fora. O local pode até ser bem sinalizado, mas seria um reforço a partir do nome”, avalia. (KB)
Na semana passada, o balanço da Secretaria Municipal de Trânsito indicava que 40% das películas com a inscrição 40 km/h haviam sido colocadas no asfalto. Devem ser 160 no total. Também já tinham sido instalados sete dos oito novos radares. Somado aos quatro que já monitoravam velocidade e avanço de sinal em cruzamento, serão 12 equipamentos verificando se os novos limites estão sendo respeitados – além da fiscalização com radares móveis. Ainda falta concluir o processo de colocação das 60 placas “aéreas”, nas ruas de acesso ao polígono, indicando ao motorista que ele está prestes a entrar em uma região de velocidade restrita. “O tempo não está ajudando. É muita chuva”, comenta o diretor de Engenharia da Setran, Maurício Razera, destacando que mesmo assim será possível cumprir o cronograma.
O processo de adaptação promete ser complicado. Alguns motoristas têm tentado se antecipar e trafegar a 40 km/h, mas relataram dificuldades, desde a sensação de que o trânsito não flui até a impressão de que os outros carros iriam “passar por cima”. Quando a regra começar a vigorar para valer, a tendência é de que os demais condutores passem a respeitar quem está andando dentro da lei. Nos dias 9, 11 e 12 de novembro, das 9 às 10 horas, estão previstos mutirões de orientação aos motoristas.
Em pelo menos 18 trechos de ruas que cortam o centro era possível trafegar a 60 km/h. Outras oito vias permitiam circulação em até 50 km/h. A prefeitura garante que há uma boa notícia para quem reclama do “anda e para” por causa da falta de ajuste dos semáforos. Com a velocidade padronizada em todo o anel central, os sinaleiros também serão sincronizados para 40 km/h. Assim, quem rodar com uma velocidade regular poderá cruzar o trecho todo sem parar em cruzamentos.
Pela região circulam 700 mil pessoas por dia e o polígono concentra a maior parte dos atropelamentos em Curitiba – tipo de acidente que causa mais mortes na cidade. As regras de velocidade valem inclusive para a circulação de ônibus e para faixas exclusivas de transporte coletivo. Na região aconteceram 24 óbitos nos últimos três anos e o argumento da prefeitura é de que se só uma vida for salva já terá valido a pena a redução de velocidade. As demais intervenções previstas no projeto, como plantio de árvores e adaptações em vagas de estacionamento, ainda não têm data definida para serem executadas.
“Cultura individualista e rejeição ao novo provocam revolta”, diz estudioso
Com a experiência de quem conduziu programas de segurança no trânsito, já morou na Europa e escreveu livros sobre o comportamento dos brasileiros em rodovias e ruas, o jornalista J. Pedro Côrrea acredita que as reações negativas à Área Calma estão relacionadas ao “estranhamento com o novo” e ao desconhecimento sobre assunto. “Parece faltar bom senso e um pouco mais de informação”, diz. Ele compara com a decisão de “fechar” um pedaço da rua XV de Novembro, na década de 1970, para transformar em um calçadão. “Os comerciantes foram para a rua protestar, mas quando começou a funcionar viram que estava dando certo. Passou de absurdo a cartão postal em pouco tempo”, lembra.
Para J. Pedro, a cultura individualista leva a reações exacerbadas. “As pessoas não estão preocupadas com a coletividade, mas com os seus próprios interesses”, diz. Para ele, a discussão é muito mais emocional do que racional. “A velocidade baixa é importante para todo mundo, para a cidade, para as pessoas, para o trânsito, num sistema ganha-ganha. É social e economicamente interessante”, afirma.
O especialista afirma que o Brasil não tem cultura de segurança no trânsito e destaca que a redução gradativa de velocidade não chega a ser uma tendência em outros países porque já é adotada há muitas décadas. “Na Inglaterra, começou lá por 1930”, diz. Segundo J. Pedro, a medida tem sido tão eficiente que se alastrou por vários lugares. Ele conta que em 75% de uma cidade holandesa o limite é de 30 km/h, assim como em um bairro inteiro de Estocolmo. “E um símbolo de liberdade, as autobans alemãs estão estudando limitar a velocidade”, comenta.
Sobre a Área Calma, o especialista apenas questiona o nome escolhido. Para ele, devia se aplicar a regra usada em outros países e também em São Paulo, em que a região passa a ser conhecida pelo número da velocidade máxima. “O mundo chama Zona 30, 40 e 50. É melhor porque não causa dúvida para alguém que vem de fora. O local pode até ser bem sinalizado, mas seria um reforço a partir do nome”, avalia. (KB)
Questionamentos
O especialista de trânsito J. Pedro Côrrea analisou e comentou postagens de leitores nas redes sociais do jornal e também nos espaços de comentários nas matérias publicadas sobre a Área Calma:
Leitor Célio Borba - Acho que a expansão de vias calmas em Curitiba é bem - vinda, principalmente no que se refere ao alto índice de imprudência de motoristas que não dão prioridade a pedestres e pela pressa, falta de atenção e abuso na velocidade, que acabam provocando acidentes.
Resposta - Célio, seu comentário é correto, mas incompleto. Dificilmente um grande problema tem uma razão única. A imprudência que você vê no trânsito não é só do motorista, ela é compartilhada pelos motociclistas, ciclistas, sem esquecermos dos pedestres, os mais vulneráveis de todos os atores. É bom lembrar também que, se falta aos usuários do trânsito, alguém deve prover prudência e este alguém são as autoridades responsáveis, por meio de programas permanentes de informação/educação.
Leitor Terence Keller - A Área Calma é a medida dos últimos anos que realmente inverte a lógica de preferência, oferecendo segurança real para pedestres e ciclistas, os mais frágeis e os mais desprezados pelas administrações anteriores.
Resposta - Na verdade, se você observar o que está ocorrendo em países desenvolvidos, notadamente na Europa, verá que a ideia é precisamente esta: não se é contra o automóvel, mas, sim, contra seu uso indiscriminado nos centros urbanos, já entupidos. Apoiar medidas restritivas ao uso do carro nos centros de maior aglomeração é atitude coerente de quem está preocupado com a qualidade de vida nas nossas cidades. Recentemente, quando estive em Copenhague, na Dinamarca, ouvi do Diretor de Trânsito da cidade que a prefeitura de lá havia fechado dezenas de estacionamentos no centro para dificultar a entrada de mais carros e estimular o transporte público, de bicicleta e, principalmente a pé. No lugar dos estacionamentos construiu pracinhas, onde as pessoas pudessem se encontrar e conversar.
Leitor Gazeta (estava assim identificado) - Enquanto existirem automóveis haverá essa desproporcionalidade! Sem desconsiderar que acidentes acontecem mesmo sem haver alguma imprudência explícita, não existe velocidade baixa o suficiente que proteja o motorista dos maus pedestres, maus ciclistas e maus pilotos de moto. Meu carro está com riscos nas laterais por causa das motos que insistem em passar entre carros quando não existe espaço para isso. Quero ver ações eficazes das autoridades para garantir que os pilotos de moto as usem ocupando uma faixa como os outros veículos e não como se fossem malabaristas em show de destreza, desrespeitando quem compartilha a via pública, sejam carros ou pedestres.
Resposta - Esta afirmação de que “Enquanto existirem automóveis haverá essa desproporcionalidade” não é, mais, tão verdadeira principalmente se estivermos atentos ao que se passa nos países mais avançados, especialmente os europeus. Os esforços para diminuir esta “desproporcionalidade” são grandes e os resultados estão aparecendo de forma clara. O uso da bicicleta de forma muito mais acentuada, o de motos (sem os absurdos que observamos no Brasil), o estímulo aos trajetos a pé e uma série de medidas para restringir o uso do carro nos centros das cidades (incluindo o pedágio urbano) têm mudado a cara de muitas cidades. Um ponto comum em todas, contudo, é a qualidade do transporte público que serve indistintamente e bem a pobres e ricos.
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