Protestos contra o reajuste anual das tarifas de ônibus ocorrem há pelo menos dez anos consecutivos em Florianópolis, segundo o sindicato das empresas.
A maioria deles terminou em confrontos violentos entre policiais e estudantes --boa parte ligada ao MPL (Movimento Passe Livre).
Os dois mais graves foram registrados em 2004 e 2005, quando as tarifas aumentaram 15,6% e 8,8%, respectivamente.
Em 2004, os manifestantes chegaram a fechar as pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles, bloqueando os dois únicos acessos à ilha durante meia hora. Os conflitos duraram nove dias e terminaram após a Justiça suspender o aumento.
Em 2005, os conflitos levaram dezenas de estudantes à cadeia e feriram mais de 30 policiais, a maioria por pedradas. Os embates só terminaram depois de a prefeitura anunciar que cobriria o percentual de reajuste.
Neste ano, o prefeito Cesar Souza Júnior (PSD) disse que as tarifas não serão reajustadas.
Apesar disso, estudantes marcaram para a próxima sexta-feira protestos na área central.
O comando da Polícia Militar no Estado informou que está atento às movimentações e preparado para agir.
"Nosso setor de inteligência está acompanhando tudo. Sabemos que ocorre todos os anos", disse a coronel Claudete Lehmkul, da comunicação social.
Reajuste
O último reajuste das tarifas na cidade foi em janeiro de 2012, quando a passagem passou de R$ 2,60 para R$ 2,70 no bilhete eletrônico e se manteve em R$ 2,90 para pagamento em dinheiro. Houve protestos, sem violência.
O presidente do sindicato das empresas, Waldir Gomes, disse que vai negociar o reajuste deste ano, apesar do anúncio do prefeito.
Na região, segundo Gomes, 330 mil pessoas usam ônibus diariamente.
Nesta semana, motoristas e cobradores fizeram greve na segunda e na terça-feira. A categoria voltou a trabalho com reajuste salarial menor que o pretendido e informou que vai continuar negociando aumento com os patrões.
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