Garimpeiros estão acampados em frente ao prédio da Copel, em Curitiba| Foto: Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Um grupo de aproximadamente 100 garimpeiros protesta em frente à sede da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica), no bairro Batel, em Curitiba, desde o início da manhã desta terça-feira (16). Vindos de Telêmaco Borba, Ortigueira e Tibagi, eles pedem a retomada das negociações no processo de indenização instaurado com a construção da usina hidrelétrica de Mauá pelo consórcio Cruzeiro do Sul, formado pela Copel e pela Eletrosul.

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Familiares dos manifestantes também acompanham o ato, o que eleva para cerca de 200 o número de pessoas presentes no protesto. Há previsão de que ao longo do dia mais garimpeiros cheguem na capital para aderir ao movimento.

De acordo com Gabriel Granada, advogado que representa esses trabalhadores, o protesto foi organizado depois que a Copel cancelou uma audiência marcada na Justiça para a terça-feira da semana passada (9). No encontro oficial, garimpeiros e empresa continuariam a discutir o pagamento das indenizações, que hoje está em torno de R$ 15 milhões - R$ 150 mil para cada trabalhador afetado pela instalação da usina, inaugurada em dezembro de 2012. A assessoria de imprensa da companhia informou que precisava checar a veracidade do cancelamento antes de comentar o fato.

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Os manifestantes ocupam a parte da frente da sede e, segundo Granada, não invadiram áreas privadas nem impedem o acesso à empresa. Eles estão munidos de faixas com frases que reivindicam o pagamento das indenizações. Granada afirma que os trabalhadores só pretendem deixar o local após uma solução para as reivindicações. "Eles estão dispostos a ficar aqui o tempo que for preciso", diz. De acordo com o advogado, os manifestantes trouxeram banheiros químicos, colchões, fogão e utensílios de cozinha e devem acampar em frente à companhia.

O consórcio Cruzeiro do Sul foi procurado por 292 garimpeiros antes do alagamento da área da usina, que fica entre Telêmaco Borba e Ortigueira, mas apenas 165 deles foram indenizados em abril de 2011. As negociações foram definidas na Câmara Técnica de Empregados da Mineração, composta por entidades como o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Defensoria Pública da União. Em agosto do ano passado, os trabalhadores sem indenizações já haviam feito um protesto em Telêmaco Borba.

Segundo a assessoria de imprensa da Copel, uma reunião entre representantes dos manifestantes e da companhia começou por volta das 18 horas para uma negociação entre as partes.