As educadoras iniciaram uma greve de fome desde as 21h30 desta sexta para cobrar uma reunião com o prefeito Gustavo Fruet| Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo

No quinto dia de greve das creches municipais, cinco educadoras dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) decidiram se acorrentar em frente à sede da prefeitura de Curitiba na noite desta sexta-feira (21). Elas estão em greve de fome desde as 21h30 para cobrar uma reunião com o prefeito Gustavo Fruet. "Tenho mais fome de Justiça do que de comida", disse Irene Rodrigues, diretora do sindicato que representa a categoria (Sismuc), uma das cinco acorrentadas.

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A categoria reivindica, principalmente, a redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais, o que a aproximaria da carga horária praticada pelo magistério nas escolas municipais. Além de Irene, estão acorrentadas em frente à sede da prefeitura Ana Paula Cozzolino (coordenadora do sindicato), Fabiula Rizzardi (CMEI Vila Real), Poliana Silva (CEMEi Xaxim) e Alessandra Oliveira (CMEI Vila Torres).

O grupo montou um acampamento com cerca de 20 barracas em frente à administração municipal e os educadores têm se revezado no local desde a última quarta-feira (22). Está prevista uma assembleia para rediscutir os rumos da greve para às 15 horas deste sábado.

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Independente do resultado dessa assembleia, as educadoras dizem que não deixaram às correntes sem uma reunião com o prefeito Gustavo Fruet.

Na sexta, a prefeitura publicou nota no qual afirma que o atendimento à pauta de reivindicações dos educadores traria um custo de R$ 200 milhões anuais, o que inviabilizaria outros investimentos na área. A informação foi rebatida por educadores. "Estamos negociando desde maio do ano passado e, no final do ano, eles nos disseram que a redução da carga traria um custo de 72 milhões. Como podem divulgar que agora seriam R$ 200 milhões", disse Fabiula.

Outra informação da prefeitura rebatida pelos grevistas foi a de que apenas sete CMEIS teriam ficado integralmente fechados na sexta, dia que marcou o quarto dia de greve. "Temos aproximadamente quatro mil educadores efetivamente atuando nos CMEIS e mais de dois mil aderiu ao movimento. Como pode se explica que apenas sete CMEIS ficaram fechados?", indagou Ana Paula. A greve dos educadores do CMEI foi considerada ilegal pelo juiz em segundo grau do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) Jefferson Alberto Johnsson na quarta-feira. Em caráter liminar, o juiz estabeleceu multa diária de R$ 80 mil caso a paralisação continuasse. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), que representa os educadores, informou que está recorrendo da decisão. Junto às barracas montadas em frente à prefeitura é possível notar cartazes que fazem referência à decisão judicial.