Seis professores se acorrentaram ao portão da Secretaria Estadual da Educação, na praça da República, centro de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (1º).
Em greve, os docentes dizem que só sairão do portão quando suas reivindicações forem atendidas pele gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Os grevistas pedem reajuste salarial de 75,33%, percentual suficiente para equiparar o salário dos professores ao dos demais profissionais com ensino superior no Estado, nos cálculos do sindicato.
O governo não apresentou proposta de aumento. Diz que divulgará um plano entre junho e julho, quando o último reajuste completar um ano.
“Ficaremos até quando for preciso. Tivemos hora para chegar, mas não temos para sair”, afirmou Vinicius Vasconcellos, 29, professor de biologia em uma escola da zona norte da capital paulista e um dos seis acorrentados.
Um grupo de cerca de 100 professores permanecem em frente à entrada da secretaria, junto aos acorrentados. Policiais militares chegaram a proteger a porta do prédio, mas depois se retiraram. O clima é pacífico.
A paralisação dos professores estaduais completou 78 dias nesta segunda. Em dois duas, ela se igualará à maior greve da categoria na história -80 dias, em 1989.
A atual greve foi aprovada em 13 de março, uma sexta-feira, em meio a ato em defesa de direitos trabalhistas que reuniu diferentes sindicatos e movimentos sociais e também serviu de apoio ao governo da presidente Dilma (PT). A greve, na prática, começou na segunda-feira seguinte (16).
A rede paulista tem 5.300 escolas, 230 mil professores e 4 milhões de estudantes -parte deles sem aulas há dois meses e meio e ainda sem nenhum plano para reposição.
Na última sexta (29), a categoria fez uma nova assembleia e decidiu manter a paralisação, apesar do sindicato reconhecer o enfraquecimento do movimento.
“Não há como negar o arrefecimento do movimento, o governo está descontando o salário. Mas os professores querem continuar. E a adesão ainda está em 30%, não é pouco”, disse a presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha.
“Mas acho que temos de analisar nestes próximos dias a adesão e a forma de reposição [das aulas]”, completou.
Segundo levantamento do sindicato, a adesão dos professores à paralisação, agora em 30%, era de mais de 60% em abril. A conta do governo Alckmin é bem diferente -apenas 4% dos professores aderiram.
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