Guaraqueçaba, PR – Rosana e Alceu nasceram e se casaram em Guaraqueçaba – um dos dez municípios com pior Índice de Desenvolvimento Humano do Paraná. Tiveram dois filhos. Até recentemente, nenhum estava na escola. O menino, Alisson, porque é novo demais. A menina, Poliana, por falta de incentivo. Quando os pais souberam que poderiam ganhar dinheiro para manter a filha na escola, matricularam Poliana nas aulas. E cuidam para que ela não falte.

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Hoje, o casal recebe mensalmente R$ 65 do governo federal. São R$ 50 por se encaixarem no programa de renda mínima. Os R$ 15 restantes vêm do estudo da filha. O dinheiro faz diferença na economia da família, que ganha em média R$ 300 por mês com a pesca. Nos meses de baixa, quando o camarão está no período de defeso, por exemplo, o dinheiro é ainda mais útil. " A gente tenta manter o dinheiro para a menina. É dela", diz Alceu Rosa. Ele conta que compra principalmente roupas para a filha.

Mesmo para as famílias que estão acima da renda de R$ 60 per capita, e que portanto só recebem R$ 15 por filho, o dinheiro faz alguma diferença. "A gente usa para comprar caneta, lápis, caderno, tudo para a escola", diz Marlene Morais Barcelos, mãe de Jackson e Wagner. Junto com o marido, José Luís, ela se esforça para aumentar a renda da casa, que vem da pesca e do crochê. Mas o sonho de Marlene é ver os filhos longe do mar. "A pesca é muito difícil", diz ela. Quer que os meninos terminem o estudo e vão para a faculdade.

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