A grande aventura da vida, para mim, ganha contornos especiais quando, daqui deste Norte Pioneiro em que descanso, revisito momentos de uma grande família paranaense. Esse reencontro vem a propósito da perda que ao Paraná afetou, dias atrás, com a morte do ex-ministro e ex-senador José Eduardo de Andrade Vieira. O também banqueiro não foi apenas um pragmático "pé-vermelho", marcado por sua faina pelo trabalho, pelo pioneirismo e pela capacidade de ajudar a melhorar a sociedade. Zé Eduardo foi especialmente uma das melhores mostras da alma de seu pai, o lendário Avelino Vieira que, a partir de Tomazina criou aos 24 anos (isso mesmo) a Casa Bancária Popular, embrião do futuro Banco Bamerindus, que seria, anos depois, o terceiro maior banco do país. E primeiro em operações cambiais.
Os Vilhena de Andrade Vieira
Essa grande família, mistura de mineiros da velha cepa os Vilhena de Andrade e o sangue árabe dos Vieira, conquistou espaço definitivo no coração e na história das gentes do Paraná. Por isso, eu me indago: como esquecer a importância de Tomaz Edison de Andrade Vieira, pai de Fernanda Richa, na liderança da família, especialmente por seu tino empresarial modernizador? O Anjo da Morte levou Tomaz Edison e seu irmão, Cláudio, num desastre de avião, tendo a família chorado também a morte de Luiz Antonio, desenlaces que privaram-nos de homens especiais. Luiz Antonio deixou pisadas fortes na sociedade paranaense, presidindo o Clube Curitibano e, em plano nacional, na direção da Caixa Econômica; Cláudio era o homem do agrobusiness, atilado empreendedor do campo, uma referência no setor. Com a tragédia familiar, sobraram as grandes mulheres da família Andrade Vieira, formadas sob a liderança de seu Avelino, educadas nas melhores escolas num tempo em que, neste país, a finesse, a educação, a arte de acolher o próximo e ser boa presença na comunidade formavam qualidades essenciais. Que foi feito desses valores, hoje? Por isso, nesse repouso de Ibaiti, vou rememorando traços dos Andrade Vieira, alguns dos quais conheço bem, até por ligações familiares. É o caso de Glorinha (viúva de José Márcio Peixoto). Algumas vezes a observei trabalhando pelos desvalidos ao lado de minha tia, Dini Moura Fadel, primeira-dama da cidade (casada com o lendário Roque Fadel, então prefeito).
O Material e o Permanente
Glorinha é o melhor exemplo de quanto a riqueza material, unida ao fino trato, pode remover montanhas. Ela é uma especialista em cativar pessoas, com sua modernidade, simplicidade e senso de acolhimento. Dou como exemplo a novela "Dancin' Days", folhetim de Gilberto Braga, que em certo capítulo faz um personagem anunciar: "Glorinha e José Márcio estão chegando ao Rio". O Rio foi sempre parte do universo de Glorinha, onde chegou a ter como mestra de pintura Ione Saldanha. Foi em Paris, ao ser apresentado a Hildegard Angel, por Juarez Machado, que dimensionei melhor a importância de Glorinha: a colunista de O Globo convidou-me para um chiquérrimo jantar que ela Hildegard ofereceu a amigos no Regine´s. Na elegante party, Glorinha foi o prato de resistência em boa parte das conversas. Desse carnet de mulheres valorosas, um destaque muito particular foi Maria Cristina de Andrade Vieira. Por tempos, essa antropóloga chegou a fazer parte do Conselho de Curadores da USP, a mais importante universidade brasileira. Mas foi presidindo a Associação Comercial do Paraná, exercendo liderança empresarial singular, na defesa de postulados e interesses da livre empresa, que ela mais se firmou. Foi, no posto da ACP, um exemplo prático de afirmação feminina, conquistando, como mulher, espaço privilegiado na sociedade abrangente. O machismo era, então, bem mais forte que hoje... Lúcia é a mulher de feições intelectuais, agradabilíssima na arte de conversar, alguém que pode ir muito longe em suas incursões filosóficas. Norma Vieira Fristzche está no mesmo tônus das irmãs, afinal ninguém poderia mesmo passar "impune" à educação dada por seu Avelino e dona Maria José. Hoje, ela faz de Búzios a sua Pasárgada, dedicando-se à sua Pousada Baia Bonita, um endereço em que expressa a hostess que é. Daqui deste recanto pioneiro, por vezes tangido pelo silêncio do interior que inspira exercícios poéticos, vou reconhecendo, cada vez mais, que tempus fugit. Mas também que certos tipos humanos ficam. Tal como acontece com Avelino Vieira e seus descendentes.
30 anos da Telegramática
A utilíssima Telegramática chegou neste 1.° de fevereiro aos seus 1 milhão 436 mil e 262 consultas. Instituída no mandato de Mauricio Fruet como prefeito de Curitiba, a Telegramática foi idealizada por Beatriz Paciornik e implantada pelo professor Luiz Gonzaga Paul. O qualificado serviço coordenado pela professora Beatriz de Castro da Cruz é composto por afinado time de 6 professores licenciados em Letras. Integrante do staff do Cerimonial do Iguaçu, no governo Richa, a agilíssima Beatriz Paciornik comentou com o mestre Luiz Gonzaga Paul, que a socorria nos embates lingüísticos, sobre uma matéria na r evista Time que focava um serviço no estado de Arkansas, EUA, com o nome de Grammaphone voltado para esclarecimentos da língua. Daí para a Telegramática foi um pulo... ///As criações da fashion designer Oracy Lacerda vão colorir espaços do recém restaurado Museu de Imagem e do Som MIS. Vestirão a advogada Lorena Schwartz, que reviverá cenas protagonizadas pelo mito francês Brigitte Bardot em trabalho assinado pelo fotógrafo Pedro Nossol. A mostra "E Deus criou Brigitte Bardot" acontece em setembro próximo. Em 2010, sob o clic de Pedro Nossol, Lorena Schwartz reviveu uma das mais famosas cenas do cinema que foi a entrada da atriz sueca Anita Ekberg na Fontana de Trevi, em Roma, no filme La Dolce Vita, em que contracenou com o belo Marcelo Mastroianni. /// Em roteiro pelo Brasil, que incluiu Foz do Iguaçu, Rio e Parati, o casal Pilar e Christoph Klemm-Janssen , acompanhados do filho, Pablo, fez stop em Curitiba para abraçar os amigos Berenice e Marcos Bertoldi. Com address em Mônaco, os Klemm-Janssen ganharam jantar dos Bertoldi, com cardápio e serviço da chef Kika Marder Bistrô Sel e Sucre. No rol de convidados, Eliane Macedo Viana, Eliane Caldeira, Syonara e Mauricio Beira da Silva, Emily e Alexandre Dely, Sibele Bertoli, Daniela Busarello e Cristiana Romanó. Da nova geração, tendo à frente Marina Bertoldi, vindo de São Paulo, onde trabalha, as presenças de Flavia Kucinski, Maria Eugenia Trombini e Maria Eugenia Fornea. /// Atriz e cantora, a curitibana Sabine Villatore concorre ao Brazilian International Press Awards 2015. A premiação, que alcança sua 18.ª edição, se tornou o maior evento brasileiro no exterior. A indicação vem pelo seu trabalho na peça Infinite While It Lasts / Infinito Enquanto Dure, do group.Br, único grupo brasileiro de teatro de NY, que concorre na categoria melhor espetáculo. Com votação aberta ao público até amanhã, 15 de fevereiro, o grand finale acontece dia 9 de maio no Amaturo Theater do Broward Center em Fort Lauderdale, Flórida. Outro valor curitibano, que concorre ao Brazilian Press Awards 2015 , é a atriz e diretora Debora Balardini. /// Com estimas gerais, Euclides Gusi deixou a 2.ª vice-presidência do Clube Curitibano, presidido por José Antonio Baggio. Na gestão anterior, de Joaquim Miró, Gusi atuou na direção de Golfe, esporte que o norteia em sua nova etapa. Como executivo na Federação Paranaense e Catarinense de Golfe, ao lado do presidente Daniel Neves.
REFLEXÃO
"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos." (Mateus 5:6)
"Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente." (Abraham Lincoln)
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