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Curitiba – No último 1.º de outubro, domingo, dia das eleições, duas aeronaves, uma delas de grande porte, quase colidiram perto de Londrina. "Foi por pouco que não fomos protagonistas de um desastre", disse uma das pessoas da operação. Isso ocorre, de acordo com um controlador de vôo, porque existe também um "buraco negro" de cerca de 80 quilômetros na saída do aeroporto do município paranaense, sem alcance de radar.

Os problemas na região, de acordo com a fonte, incluem também falhas na comunicação radiofônica. "Meses atrás, o espaço aéreo entre Campo Grande, Ponta Porã e Londrina esteve interditado por dez dias – ninguém podia voar – por problemas no sistema de comunicação", conta. Passada a quarentena, duas freqüências de rádio usadas na região –a 1.338 MHz e a 127,2MHz – continuam com interferências de telefones celulares e rádios comunitárias.

Um comandante relata que também ocorrem problemas perto de Curitiba – ele próprio protagonizou uma situação de risco há pouco tempo. A colisão só não ocorreu porque era uma noite clara, e os dois pilotos tiveram o contato visual que permitiu a adoção de manobras evasivas. "Fiz um relatório de perigo para o controle de vôo, mas nunca obtive resposta", conta.

Para outro controlador de vôo, existe um "pacto de mediocridade" entre a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e as companhias comerciais. "Funciona assim, se alguma companhia reclama muito do sistema, não consegue concessão para outras linhas", diz. Na quinta e na sexta-feira da última semana a Gazeta do Povo procurou o Centro de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II), mas não obteve resposta.

As falhas do sistema no Paraná também não são novas. Em maio do ano passado, a Gazeta teve acesso a 11 documentos confidenciais do Centro de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II) com situações de risco, como a quase colisão de duas aeronaves. Outros documentos revelavam perdas freqüentes de sinal dos radares e erros causados pelo seu desgaste. De acordo com o controlador de vôo, as falhas continuam. "A pressão é grande. Se eu fosse o controlador de vôo que estava no Cindacta I ou IV e tivesse culpa do acidente da Gol, estaria louco", confidenciou.

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