Ao menos 15 educadores das creches de Curitiba -- conhecidas como Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) - permanecerão acampados em frente à sede da prefeitura até a manhã de sexta-feira (21) para pressionar o diálogo com o Executivo municipal. Os servidores estão em greve desde terça (18).
No início da tarde de quinta-feira (20), os trabalhadores solicitaram ao prefeito, Gustavo Fruet, que participasse da mesa de negociação. No fim da tarde, Fruet se dispôs a atender alguns dos representantes, mas não houve reunião. Segundo a prefeitura, os educadores disseram que haviam esperado muito tempo e que em assembleia decidiram fazer uma vigília durante a noite em frente ao prédio da prefeitura. Por outro lado, a diretora de comunicação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), Adriana Kalckmann, afirmou que os trabalhadores estão abertos ao diálogo, mas que exigem um encontro no período da manhã. Segundo ela, a prefeitura se dispôs a conversar com os servidores as 20 horas.
"Nos ficamos mobilizados o dia interior, mas a prefeitura só sinalizou uma reunião à noite, e nós não aceitamos negociar sem a presença de toda a categoria", disse a diretora, ao afirmar que à noite havia poucos servidores no local.
A greve dos educadores foi considerada ilegal pelo juiz de segundo grau do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) Jefferson Alberto Johnsson ainda na quarta-feira. O juiz estabeleceu multa diária de R$ 80 mil em caso de descumprimento. O Sismuc recorreu nesta quinta dessa sentença, mas até o momento não houve nenhuma decisão. O sindicato informou que faria o depósito dos valores em juízo, para tentar reaver o dinheiro.
Balanço
Segundo informações divulgadas nesta quinta pela prefeitura, o número de CMEIs fechados diminuiu. Das 199 unidades, 16 estavam fechadas pela tarde e 143 funcionavam parcialmente, o equivalente a 80%. Em outras 40 creches o atendimento era normal.
Pela manhã, havia 26 CMEIs fechados e 132 com atendimento parcial. O número de educadores que faltou ao trabalho também diminuiu em relação à quarta-feira: dos cerca de 5 mil profissionais, 1.936 não compareceram nesta quinta, contra 2.196 que não foram ao trabalho quarta.
O Sismuc reitera que, mesmo com a decisão judicial contrária, os educadores continuam a greve com força total, o que teria afetado o funcionamento de 90% das creches.
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