Um português de passagem por Curitiba foi barrado, nesta terça-feira (9), na entrada de uma das unidades do supermercado Angeloni por estar acompanhado de um cão-guia. João Pinho, que mora no Brasil há cinco anos, contou que teve de esperar por mais de duas horas até que a entrada dele e do animal fossem liberadas no estabelecimento.
Pinho é treinador formal de cão-guia. Por isso, deveria ter entrado sem enroscos no supermercado. O Estatuto da Pessoa com Deficiência do Paraná, válido desde janeiro 2015, assegura a “admissão de entrada e permanência de cão-guia junto de pessoa com deficiência ou de treinador nas edificações de uso público, uso coletivo, mesmo que de propriedade privada, ou de uso privado, mediante apresentação da carteira de vacina atualizada do animal”.
Segundo Pinho, ele chegou no supermercado por volta das 16 horas e e esperou cerca de duas horas e meia para ser liberado para circular com o seu animal no interior do estabelecimento. Ele, que vive em Balneário Camboriú e está na capital paranaense de passagem, pretendia fazer um jantar para os amigos.
“Assim que fui barrado apresentei a minha credencial de treinador do Instituto Federal, mas isso não adiantou. Quando pedi para falar com um superior, a resposta que obtive foi que deveria deixar o cão na entrada. Não o fiz, pois o animal está sob minha responsabilidade”, declarou João que chegou a ligar cinco vezes para a polícia e não obteve resposta ao chamado.
De acordo com a assessoria do grupo Angeloni, o ocorrido foi uma exceção. O órgão esclareceu que os funcionários não sabiam como proceder neste caso, quando um cão-guia acompanha um treinador e não uma pessoa que apresenta deficiência visual. A assessoria disse ainda que a demora foi porque os funcionários precisaram encaminhar o questionamento para o departamento jurídico.
Depois de liberados, João e seu cão só puderam circular em algumas áreas do mercado, com exceção da seção de congelados e açougue.
Segundo caso em menos de dois meses
Em menos de dois meses, essa é a segunda vez que um cão-guia é impedido de entrar em um supermercado da capital. Em junho, uma voluntária do Instituto Federal Catarinense (IFC) no “Projeto Cães-Guia” foi impedida de entrar no Hiper Condor Nilo Peçanha por estar acompanhada do animal. Ela não tem deficiência visual, mas cuida da socialização e treinamento de cães para guiarem pessoas com deficiência.
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