| Foto: Daniel Castellano /Gazeta do Povo

O Paraná já começou 2017 batendo recordes quando o assunto são acidentes envolvendo água-viva no litoral do estado. Desde o início da temporada, em 22 de dezembro, 4.573 banhistas que estavam em praias de Guaratuba, Matinhos e Pontal do Paraná tiveram queimaduras por conta deste animal gelatinoso e flutuante, que fica à deriva das correntes marinhas.

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A maioria está em praias de Matinhos (3.112), como Albatroz (433), Gaivotas (182) e Caiobá (231).

Na temporada passada, foram contabilizados 1.579 casos apenas, 65% a menos. A última vez que o Litoral teve tantos casos de queimaduras por água-viva assim foi entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014. Na época, foram 5.283 ocorrências de 22 de dezembro a 3 de janeiro. Os dados são do Corpo de Bombeiros.

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Para o biólogo Ariel Scheffer, da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), esses números costumam ser reflexo de mais do que um número maior de turistas na praia. Precisam entrar, conforme ele, na análise as consequências da pesca predatória e das mudanças climáticas – ainda que esta última hipótese seja a longo prazo. “Temos notado que a população de água viva aumentou e isso não é só no Brasil, mas no Peru, no Mediterrâneo, na África”, observa.

Conforme o pesquisador, nesta época do ano, é comum que as águas vivas se reproduzam com mais frequência, devido à temperatura da água e à luz.

Ao mesmo tempo, estudos já apontam que a pesca de predadores que comem esses animais vem colaborando para que essas populações aumentem cada vez mais.

No caso do Paraná, isso pode estar ligado à mortalidade de tartarugas marinhas, um dos predadores das águas-vivas. “Elas morrem por conta da pesca ou pela poluição, baixa na qualidade da água. No Paraná, não vemos mais tartaruga se reproduzindo”, assinala Scheffer, ao pontuar que, entre as funções das águas-vivas no bioma, está a de filtrar plânctons e outros organismos.

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Cuidados

O Corpo de Bombeiros recomenda que os veranistas tenham cautela ao entrar no mar do Paraná. O ideal é, ao chegar à praia, se informar com guarda-vidas sobre a incidência de água-viva naquela área e observar se há algum animal morto na areia ou mesmo na água.

Caso haja contato com água-viva, deve-se lavar a área queimada com água salgada. O uso de vinagre também ajuda a aliviar a ardência na pele. “Os próprios guarda-vidas que estão na Operação Verão no litoral do estado têm fracos com vinagre nos postos para auxiliar os banhistas. Água doce pode agravar o quadro.

Sintomas como dor de cabeça, náuseas, vômito, tontura e dificuldade respiratória podem indicar intoxicação grave e alergia. O recomendado é procurar atendimento médico de urgência.