Para Luciane Schroder, professora da Escola Municipal Alminda Antônia de Andrade, no município de Piên, leitura está em primeiro lugar. Luciane leciona para alunos do 3.º ano do ensino regular e do 1.º ao 5.º ano do Programa Mais Educação. Seu objetivo, no entanto, era ir além e, com o projeto Ler e Pensar, beneficiar funcionários, pais e comunidade escolar.
O desafio estava claro, porém não era nada fácil: incentivar e facilitar o acesso àqueles que têm ou que gostariam de desenvolver o hábito de ler.
Tudo começou com uma reportagem da Gazeta do Povo, “Generosidade cria corrente de leitura”, que despertou o interesse dos alunos em criar um anúncio para solicitar a doação de livros à biblioteca da escola, que dispunha de um acervo pequeno. Mas antes de prosseguir, a professora decidiu traçar um diagnóstico da comunidade: distribuíram uma pesquisa direcionada aos pais, para verificar o acesso às formas de ler e o hábito leitor em casa. Em sala de aula, em posse dos resultados, decorreram construção de gráficos, roda de conversa e muita reflexão. A conclusão foi consensual: para incentivar a leitura, é necessário mais do que uma ação isolada – é fundamental a implementação de um conjunto de iniciativas diversificadas.
Mobilização
Atitudes como gostar de ler e se interessar pela leitura são construídas no espaço familiar e em outras esferas de convivência em que a escrita circula; mas é sobretudo na escola que este gosto pode ser despertado. Para isso, é fundamental que a criança perceba a leitura como um ato prazeroso e necessário.
A partir daí, uma série de atividades mobilizaram a turma. Os alunos realizaram uma visita ao jornal da cidade, O Regional; criaram a sacola e o manual do leitor, que ao final de cada dia circulava entre as residências com as notícias da Gazeta do Povo; fabricaram jornal mural; entrevistaram funcionários; conheceram outras bibliotecas da cidade; participaram da feira de livros em Rio Negrinho; viajaram até Curitiba e presenciaram a contação de histórias no Bosque do Alemão; criaram uma caixa de doação de livros, instalada na Unidade de Saúde de Trigolândia; construíram o cantinho da leitura da escola; confeccionaram um livro da turma de 1.º ano; exploraram todos os gêneros textuais e, por fim, escreveram e leram muito.
Um sonho possível
Outro ponto forte foi a transformação da biblioteca. Com o apoio da direção da escola e da Secretaria Municipal de Educação, uma reforma do local onde reside o acervo de leitura dos alunos trouxe conforto e beleza. Ganhou pintura e móveis novos. Um símbolo de concretização do projeto.