• Carregando...

Ponta Grossa - O rabecão do Instituto Médico-Legal de Ponta Grossa é um veículo com dez anos de uso e que passa muito tempo na oficina. Recentemente esteve parado por três meses com problemas mecânicos e só voltou a rodar depois que o apresentador de um programa policial bancou os R$ 2 mil do conserto. Mas, para o governo estadual, um veículo novo é que circula, buscando corpos para exames. Em um material de divulgação do governo estadual consta que um veículo foi repassado para o IML de Ponta Grossa.

Enquanto o rabecão velho não podia ser usado, na mais recente avaria, uma caminhonete emprestada do IML de Ban­deirantes fazia o serviço. Em situações anteriores, carros de funerárias é que recolhiam e levavam os corpos para exames no IML.

Por algum tempo, uma ambulância do Corpo de Bombeiros também foi improvisada como rabecão. O interventor do IML declarou à imprensa de Ponta Grossa que a divulgação no jornal publicitário foi equivocada e que a cidade está na lista das que devem receber veículos adaptados em breve.

Móveis emprestados

Os problemas no IML de Ponta Grossa não se resumem às falhas mecânicas do rabecão. A mesa em que a diretora Maria Valéria Lima atende os pacientes foi trazida de casa por ela. A cama em que os médicos plantonistas descansam era do filho dela e também foi emprestada. O prédio passou por reformas neste ano, mas ainda insuficientes para adequar a estrutura às necessidades. Para fazer exames que comprovam agressões e abusos sexuais, só agendando horário para as tardes de segunda, quarta ou sexta-feira. Não há disponibilidade de médico o tempo todo.

Médicos

Até o mês passado, apenas dois médicos faziam necropsias. Eles se revezavam nos plantões e não foram poucos os dias em que não havia responsável técnico para liberar os corpos e as famílias esperavam por mais de 12 horas. O quadro é formado por legistas que moram em outras cidades e "realmente tinha dias que não tinha médico", reconhece a diretora. Neste mês, um médico concursado foi nomeado, mas o quadro ainda é insuficiente para garantir profissionais em todos os horários. Permanece a expectativa da contratação de mais um legista.

Mesmo com a deficiência de pessoal em Ponta Grossa, em algumas situações os corpos que deveriam ser necropsiados nos IMLs em União da Vitória e Guarapuava são encaminhados para exames em Ponta Grossa. "Os problemas nos IMLs se perpetuam. São sempre os mesmos. Faltam pessoal, recursos, viaturas, equipamentos", comenta.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]