Manifestação teve detenções e confusão
Folhapress
Durante a manifestação, 26 ocupantes foram detidos, entre eles dois índios, sob acusação de resistir à ação policial. De acordo com o delegado titular, Fábio Barucke, 24 pessoas foram ouvidas, autuadas por resistência e depois liberadas.
Por volta das 12 horas, houve confusão e correria, mas ninguém ficou ferido. Uma ativista foi retirada à força da porta do museu por policiais do Batalhão de Choque. Ela resistiu a sair do local e ficou deitada no chão, mas os PMs a levaram no colo.
Um jovem foi detido por desacato e desobediência. A imprensa foi hostilizada pelos ativistas com empurrões e gritos de "mídia fascista". Por volta das 13h15, um grupo de seis manifestantes, que tinham sido detidos mais cedo, retornaram à lateral do museu. A PM chegou a interditar a Avenida Radial Oeste por quatro horas.
Um índio identificado como Urutau José Guajajara passou mais de 12 horas, ontem, em cima de uma árvore resistindo à desocupação do prédio do antigo Museu do Índio, nas imediações do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Usando um cocar, ele subiu na árvore às 9h30 e, até as 22 horas de ontem, permanecia sentado num galho, a quatro metros de altura.
Por volta das 8 horas, cerca de 150 policiais militares do Batalhão de Choque entraram no prédio e retiraram 30 pessoas. Os ocupantes acusaram os PMs de terem agido com truculência durante a desocupação, inclusive com spray de pimenta. Segundo eles, até uma mulher grávida teria sido agredida. Já a polícia alegou que precisou usar a força porque alguns manifestantes se recusaram a deixar o edifício.
Todos os detidos foram levados em um micro-ônibus da PM para a 18.ª Delegacia de Polícia (Praça da Bandeira). Durante três horas, a pista sentido Praça da Bandeira da Avenida Radial Oeste ficou interditada. Enquanto o imóvel era desocupado, Guajajara deu a volta no prédio e subiu na árvore. Um negociador do Bope tentou convencê-lo a descer, sem sucesso. Ainda pela manhã, o delegado Fábio Barucke, da 18.ª DP, esteve no local, mas também não teve sucesso. E dois bombeiros usaram uma escada para conversar com ele. Mais uma vez, ele se recusou a descer.
Ativistas que apoiavam Guajajara hostilizavam PMs, bombeiros e repórteres. Houve vários momentos de tensão. Às 12h30, a PM cercou a árvore onde o índio estava com grades. Para não serem retirados, alguns ativistas chegaram a sentar no chão. Os PMs utilizaram a força para retirá-los. Alguns foram carregados. No total, 26 pessoas foram detidas e levadas para a 18.ª DP.
Versões
O governo do estado alegou que a desocupação visava cumprir uma ordem da Justiça Federal, de março deste ano. Já os indígenas mostraram um despacho da 7.ª Vara Federal, de setembro, em que o juiz Bruno Nery diz que o estado desistiu da demolição do prédio do museu e o devolveu à comunidade indígena.
Por sua vez, a assessoria da Justiça Federal esclareceu que, em 14 de março, determinou a imissão de posse do prédio do antigo Museu do Índio, e que o mandado foi cumprido no dia 22 daquele mês. Ainda segundo a Justiça, não foi expedido nenhum outro mandado para reintegração da posse do imóvel. Segundo o governo do estado, o prédio do antigo Museu do Índio não será derrubado, e será transformado num Centro de Referência das Culturas Indígenas.
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