Rio Um protesto contra a morte de Wallace da Silva do Nascimento, de 26 anos, um suposto traficante, levou pânico aos passageiros de ônibus que trafegavam nas ruas próximas aos acessos do morro da Mangueira (zona norte do Rio), ontem à tarde. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 200 pessoas, entre elas homens armados, desceram a favela, por volta das 14 horas, após uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Eles fecharam o comércio, tentaram atear fogo em pelo menos quatro ônibus e incendiaram três carros.
"Não sei se o ato foi por ordem do tráfico", afirmou o comandante do 4.º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Carlos Soares.
De acordo com a polícia, Nascimento era o chefe do tráfico de drogas na Mangueira e morreu em troca de tiros com o Bope, que esteve na favela para cumprir mandados de prisão. Com ele foram apreendidos 3.852 sacolés de cocaína e uma pistola.
Segundo testemunhas, após o confronto os manifestantes pararam quatro ônibus, obrigaram os passageiros a descer e fizeram furtos. Eles ameaçavam incendiar os coletivos quando policiais do 22.º BPM chegaram e, com tiros para o alto, impediram a ação.
Em outro ponto, os manifestantes bloquearam uma rua com 3 carros abandonados e incendiaram os veículos. Uma mulher em um automóvel de passeio tentou furar o bloqueio, teve o carro apedrejado e ficou ferida.
Os moradores que participavam do protesto afirmaram que Nascimento era camelô e teria sido executado por policiais em uma localidade da favela conhecida como Beco do Madessen. "Os policiais entraram na casa dele, bateram na esposa, que está grávida, retiraram meu primo, o executaram e colocaram o corpo no Caveirão (veículo blindado da polícia), contou M. S. N., de 14 anos.
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