Pacientes perdem a viagem
Muitos dos pacientes que tinham consultada marcada para esta quarta no Evangélico perderam a viagem. Simone Fernandes, 41 anos, e Regina Casten, 58, enfrentaram pouco mais de duas horas de viagem de ônibus para não serem atendidas. "É um desrespeito. Poderiam ao menos nos avisar antes", reclama Simone, que precisa tratar de uma hérnia. "Tinha consulta marcada", completa.
Regina também reclama do fato de o hospital não comunicar aos pacientes que eles não seriam atendidos. "Preciso que um médico analise uma tomografia que fiz e nada. Sempre que venho aqui é um médico diferente que me atende e pede sempre mais e mais exames", reclama.
Depois de encarar seis horas de ônibus de Santo Antônio da Platina até Curitiba para fazer uma consulta pós-cirúrgica, José Wilson Martins, de 55 anos, voltará para a cidade onde reside sem o atendimento médico. "Tirando essa greve de hoje o atendimento no hospital é bom, mas hoje aconteceu isso", diz.
Parte dos médicos residentes do Hospital Evangélico de Curitiba deixou de comparecer ao trabalho nesta quarta-feira (8). A direção do hospital informou que negociou durante a tarde com os representantes dos residentes e chegou a um acordo. O atendimento deve ser normalizado, segundo a instituição, já nesta quinta-feira (9).
Mais cedo, o hospital afirmou que residentes de algumas especialidades reivindicavam o pagamento da bolsa que recebem mensalmente e também outras melhorias físicas e estruturais específicas de suas áreas.
A instituição ainda explicou que os residentes paralisados nesta quarta prestam atendimento no setor eletivo (não urgente) do hospital. Em relação ao pagamento dos salários de todos os servidores que deveria ser efetuado na terça-feira, o Hospital Evangélico confirma que houve atraso no pagamento, que será efetuado até o dia 13 data que também será depositada a bolsa dos residentes.
Outra paralisação
Havia uma paralisação de todos os servidores agendada para esta quarta-feira, mas que foi cancelada após a direção confirmar a nova data do depósito dos salários. Esse atraso, segundo o hospital, é provocado pela defasagem do pagamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a instituição, 94% dos atendimentos mensais do hospital ocorre via SUS. Para cada R$ 100 gastos, o SUS paga R$ 67, ou seja, há defasagem de R$ 33.
Até o final da tarde de hoje, o hospital deverá divulgar um balanço das consultas que deixaram de ser realizadas devido ao não comparecimento de parte dos residentes. O número profissionais que não compareceram ao trabalho nesta quarta não foi contabilizada pela instituição de saúde.
A reportagem não conseguiu localizar nenhum médico residente para comentar o caso. A Associação dos Médicos Residentes do Paraná também foi procurada, mas não havia retornado até as 18h05. O contato foi feito por e-mail, única forma de comunicação disponibilizada pela entidade em seu site.
O Sindicato dos Médicos (Simepar) confirmou a paralisação, mas disse não ter detalhes sobre o fato, pois também não foi comunicado. O Conselho Regional de Medicina do estado (CRM-PR) também afirmou que não foi informado sobre a paralisação. Já a Comissão de Residência Médica do Hospital Evangélico (Coreme-HUEC) disse que não iria comentar a paralisação.
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