A estação metereológica do Simepar registrou 71,6 milímetros de chuva em quatro horas em Curitiba durante a tarde desta segunda-feira (22), o que equivale a quase metade da média histórica para todo o mês de fevereiro, que é de 150 milímetros(mm). O período mais crítico foi registrado entre as 14h e 14h30, quando em meia hora, choveu cerca de 46 mm.
De acordo com o meteorologista Paulo Barbieri, a chuvarada é resultado de um sistema de baixa pressão vindo do Paraguai, que causou grandes volumes de chuva em todo o estado. Até agora, o maior volume do Paraná nesta segunda foi registrado em Cianorte, que já acumula 111 mm.
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Em fevereiro, Curitiba já totaliza 260 mm de chuva. Já é o segundo fevereiro mais chuvoso do histórico do Simepar (desde 1997), atrás apenas de 2011, quando foram registrados 293 mm, segundo a meteorologista Sheila Paz, também do Simepar.
Pontos de alagamento foram registrados nos bairros Alto da XV, Centenário e Rebouças. No encontro entre os rios Juvevê e Belém, na rua Engenheiros Rebouças, a água cobriu a ponte por alguns instantes e a trincheira sob a BR-277 no Jardim Mercúrio também ficou alagada.
A Prefeitura de Curitiba registrou duas quedas de muro - uma no Pinheirinho e outra no Alto da XV, onde uma moradora ficou ferida. De acordo com a administração municipal, a mulher foi atendida pelo Samu e a Secretaria de Obras foi acionada para desobstruir o local. Também foi registrada queda de árvore no bairro Guabirotuba e galhos no Rebouças.
Hospital Cajuru suspende atendimento ao Siate e ao Samu
O Pronto Socorro do Hospital Cajuru, no bairro Cristo Rei, foi tomado pela água da chuva durante a tarde e deixou de receber vítimas encaminhadas pelo Siate e pelo Samu desde as 14h desta segunda. A previsão da instituição era de que a restrição no atendimento deveria ser mantida até o final da noite de segunda, para que fosse feita a higienização do local, segundo a assessoria de imprensa. O Pronto Socorro ficou com cerca de 5 cm de água, mas nenhum procedimento foi cancelado e nenhum paciente precisou ser transferido.
Recursos
Em outubro de 2015, reportagem da Gazeta do Povo mostrou que um pacote de obras de drenagem, que ajudaria a minimizar enchentes e alagamentos em Curitiba, comuns em dias de chuva forte, corria o risco de não sair do papel por falta da efetiva liberação de verbas federais.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Curitiba para verificar se houve evolução nas obras. De acordo com a Secretaria de Obras, a situação continua a mesma – das 44 intervenções previstas, quatro estão em execução.
Uma delas é a instalação de indutores de retenção e obras estruturais na bacia do Rio Pinheirinho, que integra a Bacia Hidrográfica do Rio Belém. A obra é orçada em R$ 122 milhões e deve beneficiar bairros como Cristo Rei, Rebouças e Guabirotuba, alguns dos mais atingidos pela chuva desta segunda-feira (22).
Já a sede do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Paraná (Sindijus-PR), que fica no bairro Boa Vista, ficou alagada e foi interditada depois das chuvas desta tarde. Os diretores e funcionários do sindicato ficaram ilhados no segundo andar no prédio e a energia foi cortada por medida de segurança.De acordo com a assessoria de imprensa da entidade, o nível de água atingiu mais de um metro e baixou somente por volta das 17h30. Ainda não há previsão da volta do atendimento ao público no local.
A Defesa Civil Municipal informou que nenhuma ocorrência formal foi registrada, mas que fez atendimentos pontuais em locais onde a água se acumulou, como no Alto da Rua XV, por exemplo. O órgão informou que está fazendo um levantamento detalhado das áreas mais afetadas pela chuva desta tarde.
Trânsito
Foram registrados pontos de alagamento ou congestionamento em várias vias, como Avenida das Torres, Mariano Torres , Avenida Sete de Setembro, Visconde de Guarapuava, José de Alencar, Atílio Bório, Francisco Alves Guimarães, Padre Germano Mayer e Avenida Silva Jardim. Em alguns pontos, a água chegou à metade do vidro dos carros.
Saiba a quem recorrer em caso de chuva forte em Curitiba
Defesa Civil: 199
Guarda Municipal: 153
Corpo de Bombeiros: 193
Prefeitura de Curitiba: 156
Sanepar: 115
Copel: 0800 51 00 116
Correção
A versão original desta reportagem informava, na legenda de fotos, que uma área alagada estava dentro do estacionamento do PolloShop Alto da XV, mas o estabelecimento entrou em contato com a Gazeta do Povo e informou que não se trata de uma área administrada pelo shopping, mas sim a rua Flávio Dallegrave.
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