A seqüência de três meses de chuva em Santa Catarina e principalmente a enchente da última semana já provocaram impacto no preço de alguns alimentos no mercado interno - e isso pode se espalhar para outros Estados.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), os principais reajustes foram os dos hortifrutigranjeiros, como alface, que em poucos dias teve seu preço elevado em 133% no Estado.
"São produtos de pronto consumo que não podem ser armazenados. Então, se não há abastecimento, o preço sobe", diz um dos diretores da Epagri, Airton Spies.
Outro produto que recebeu reajuste no mercado catarinense foi o leite. Mas nesse caso não foram as inundações que prejudicaram a produção, mas os deslizamentos de terra, que isolaram comunidades.
"O Vale do Itajaí é o nosso segundo centro leiteiro e os problemas nas estradas estão prejudicando a logística, por isso tivemos aumento", diz o o vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri.
Por enquanto, o aumento nos preços está restrito a Santa Catarina, mas ele pode atingir outros Estados. A cidade de Luiz Alves, que ficou isolada até o meio da semana, é uma das principais produtoras de banana e tem São Paulo como o grande mercado consumidor.
Mesmo após a remoção de barreiras permitirem a comunicação com municípios vizinhos, estradas para a capital paulista seguem obstruídas. Por causa disso, pode haver reajuste já na próxima semana. O mesmo pode acontecer com as cebolas. Santa Catarina produz aproximadamente 400 mil toneladas por ano de cebola, o que corresponde a 50% do total brasileiro.
A Faesc divulgou ontem um levantamento dos prejuízos. Juntando agricultura e pecuária, a estimativa inicial é de R$ 415,5 milhões.
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