A Universidade de São Paulo (USP) registrou 47 eventos não autorizados, na maioria festas, no Câmpus Butantã, zona oeste da capital, entre janeiro e julho deste ano. Na semana passada, a reitoria oficializou a proibição de festas com comércio e uso de álcool dentro da Cidade Universitária, o que revoltou o movimento estudantil.
O número de ocorrências é quase o dobro do total (25) registrado entre julho e dezembro de 2014. Nos últimos meses, a polêmica ganhou força na universidade após a morte de um jovem - durante evento no velódromo da USP - e as denúncias de estupros de alunas, entre 2011 e 2013, em festas da Faculdade de Medicina.
Na sexta-feira, 28, um dia após a publicação da norma, o Diretório Central dos Estudantes da USP (DCE) e alguns centros acadêmicos fizeram festa de protesto contra a proibição. O evento reuniu 500 pessoas, segundo os organizadores. A USP informou que vai abrir uma investigação sobre o caso.
Em relação aos 47 eventos irregulares no primeiro semestre, dois motivaram abertura de sindicância - um que envolvia alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e o outro com alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Os processos ainda estão em andamento.
Segundo a USP, antes da publicação da regra, não havia “dispositivo legal para a abertura de sindicância.” Isso ocorreu nos dois casos por envolverem “problemas mais graves”, não detalhados pela reitoria. Com a nova regulamentação, a USP só vai liberar eventos festivos que tenham “compatibilidade com a vida universitária”.
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