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Desde que ingressou na Polícia Rodoviária Estadual, há 28 anos, o sargento Luís Veríssimo não mudou o discurso. Fechados os dados sobre o trânsito nos 3.100 quilômetros da 2a Companhia Estadual de Polícia Rodoviária, o sargento diz que gostaria de ter notícias diferentes mas não as tem: o número de acidentes em setembro aumentou e o de mortes permaneceu quase o mesmo em relação a agosto, quando 31 pessoas morreram ante 30 no fechamento do mês anterior. Os acidentes somaram 316 no mês passado diante dos 283 de agosto.
Entre as 5987 multas aplicadas, 1002 foram por ultrapassagem em faixas contínuas, 775 por falta de cintos de segurança, 666 por excesso de velocidade. "O excesso de velocidade está presente em quase todos os acidentes, o que é observado pela gravidade dos ferimentos das vítimas. Se não estiver o carro sozinho, ao menos um veículo da colisão estava em alta velocidade", afirma o sargento.
Do dia 1o de janeiro a 20 de setembro, 44,9% dos 3244 acidentes aconteceram por imprudência: na média, os veículos estavam sozinhos, com tempo bom e pista reta sem obstáculos. Do total de acidentes, em 1476 casos os veículos estavam em retas 113 deles acabaram em morte.
Em 2007, 185 pessoas morreram desde setembro nas estradas do Norte. "É quase um avião da TAM, mas sem a mesma repercussão e comoção da sociedade", lamenta Veríssimo, comparando a morte nas estradas do Norte ao acidente aéreo que marcou a história da aviação brasileira. "O acidente grave se banalizou de tal forma que não causa mais tanta comoção. Motoristas acham que acidentes só acontecem com o outro".
Até o momento, a diferença entre o número de mortos no ano passado (232) e este ano (185) é de 47 vítimas. "E ainda temos três meses pela frente", observa o responsável da Companhia.
No caos do trânsito, o troféu da imprudência vai para os motociclistas que "participaram" de 525 acidentes (21,3% do total do ano). Entre as 185 mortes em 2007, 50 são motociclistas (27% dos mortos) e seus garupas, que somam 650 feridos. Até o fim do ano, motociclistas e passageiros mortos ultrapassarão a estatística de 2006, quando 51 faleceram.
Nas planilhas da 2a Companhia da Polícia Rodoviária Estadual, não estão os dados que são muito mais chocantes que os números: "Entre os 294 feridos de setembro ou entre os mais de 2 mil no ano passado, quantos não estão em cadeiras de roda, com movimentos limitados, ou totalmente inválidos?", lamenta o sargento.