A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Criança Segura diz que 408 crianças precisaram ficar internadas em hospitais no Brasil, em 2012, porque inalaram ou engoliram pequenos objetos. Algumas ficaram apenas em observação, para ver se o objeto saía espontaneamente pela evacuação, e outras tiveram que passar por algum procedimento para a retirada, como endoscopia ou cirurgia. Deste total, 30 morreram, entre elas Valentina, de nove meses, que morreu na última segunda-feira (10), no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.
Desde o final de setembro, quando a pequena foi internada por ter engolido uma presilha de cabelo, a família passou por uma maratona no hospital entre várias cirurgias e procedimentos que, infelizmente, não foram capazes de salvá-la. A causa do sofrimento: a pequena havia engolido uma presilha de cabelo, que ficou parada em seu esôfago.
A faixa etária de maior risco de se engolir ou respirar algo é de um a quatro anos, com a maior quantidade de casos; 185 delas sofreram o sufocamento e nove morreram. A quantia de casos e o risco de morte vai diminuindo com o passar da idade. Mas é na faixa etária dos bebês com até um ano que a quantia de casos é a menor da estatística: apenas 51 ficaram internados. No entanto, a letalidade é a maior entre todas as faixas etárias: 13 bebês morreram. Aliás, a sufocação (de diversos tipos, não só de ingestão ou inalação de objetos) é a maior causa de morte entre bebês no Brasil.
Os dados são do banco de dados do Ministério da Saúde, o Data Sus, que ainda não divulgou dados de 2013. Mas a quantidade de crianças que precisou de atendimento médico porque engoliu ou inalou algum objeto é muito maior do que esta, pois a estatística contempla apenas as que precisaram ficar internadas. Há centenas de outras que foram atendidas - até fizeram raio-x ou ultrassonografia - e os pais receberam a orientação de voltar para casa e aguardar que o objeto saísse pelas fezes. Estas não entraram nos números.
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