Em meio a suspeitas da participação de policiais em uma série de assassinatos, o comandante da Polícia Militar de São Paulo, Ricardo Gambaroni, gravou um vídeo alertando os subordinados que a corporação não vai “tolerar” maus policiais e que mortes só são aceitáveis sobre “o abrigo da legítima defesa”.
“Não cabe a nenhum de nós, como profissionais de polícia, decidir sobre a vida do infrator por pior que tenha sido o crime cometido”, afirma o coronel em mensagem distribuída entre os policiais, ao qual a reportagem teve acesso.
Na semana passada, um grupo de 11 PMs foi preso sob a suspeita de ter matado, no Butantã (zona oeste da capital), dois suspeitos já rendidos. Um deles chegou a ser atirado do telhado de uma casa antes de ser baleado.
No mês passado, 14 policiais da Rota (tropa de elite da PM) foram presos sob a suspeita de terem matado sem necessidade dois suspeitos, em Pirituba (zona oeste).
Em ambos os casos, os policiais registraram ocorrências com versões falsas, alegando que as mortes ocorreram durante troca de tiros. “Ocorrências forjadas estão levando os nossos policiais para a cadeia. Para a Polícia Militar, os danos à imagem podem ser irrecuperáveis. E para os policiais militares envolvidos, os prejuízos financeiros, emocionais e familiares são incalculáveis. Pensem nisso”, afirma o coronel Gambaroni no vídeo.
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