Ponta Grossa Desde quarta-feira, os produtores rurais de Cândido de Abreu (Região Central do estado) que procuram a sede da Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) encontram apenas um comunicado afixado na porta. O texto informa que o órgão está fechado por tempo indeterminado. A medida pegou de surpresa representantes de classe, produtores rurais, sindicalistas, prefeitura e políticos locais, que há três dias correm atrás de informações sobre o motivo do fechamento. A justificativa é a mesma encontrada na porta da Emater: questões administrativas.
O fechamento do órgão complica o acesso de agricultores ao crédito rural. Para entrar no Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), por exemplo, o agricultor deve, entre outras coisas, apresentar um minucioso projeto agrícola, que era realizado sem custo algum pela Emater. A falta de auxílio do órgão federal não impede o acesso ao financiamento, mas será preciso pagar pelos projetos, por exemplo. Nesta situação, segundo o prefeito de Cândido de Abreu, Richard Golba, estão 3 mil produtores da cidade.
Entre eles está Cláudio Trotch, um pequeno agricultor que cultiva milho e mandioca nos seus 3,5 alqueires de terra. Parte da propriedade é usada também na pecuária. Há aproximadamente dois meses, auxiliado pela Emater, o produtor estava se preparando para a criação de bicho da seda. Mas desde quarta-feira o projeto está parado. Foi quando Troctch encontrou as portas do órgão fechada. "É uma incerteza tudo isso. Onde que a gente vai procurar ajuda, informação, auxílio?", questiona o agricultor.
Segundo o prefeito, o relacionamento entre a Emater e a prefeitura da cidade já não estava mais tão estreito como havia sido durante 36 anos. Desde o início do ano, a administração municipal tenta renovar o convênio com o órgão (no valor de R$ 49 mil) e não consegue. "A única resposta que recebemos é de que a orientação é de não renovar o convênio".
Por telefone, a reportagem da Gazeta do Povo procurou o presidente estadual da Emater, Horário Sabino Campos, o superintendente do órgão em Ivaiporã (a 90 quilômetros de Cândido de Abreu), José Idílio Machado, e o secretário de Agricultura, Orlando Pessuti, para falar sobre o assunto, mas nenhum deles foi encontrado.
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