| Foto: Philippe Wojazer/Reuters

A quantidade de gases-estufa na atmosfera alcançou um valor recorde em 2013 por causa do aumento no nível de dióxido de carbono, alertou ontem a Organização Meteorológica Mundial (OMM, na sigla em inglês), clamando por uma ação internacional para combater a mudança climática. O tema será objeto de um acordo global numa cúpula no ano que vem em Paris (foto), também afetada pelos efeitos da poluição.

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"Sabemos acima de qualquer dúvida que nosso clima está mudando e se tornando mais extremo devido a atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis", disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, em comunicado que acompanhou o Boletim de Gases-Estufa anual da entidade.

O aumento nos níveis de dióxido de carbono (CO2) está superando o do consumo de combustíveis fósseis, o que significa que a capacidade natural do planeta de absorver as emissões de gás pode estar diminuindo, segundo o relatório.

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"Pode ser por causa da absorção reduzida de CO2 da biosfera", afirmou Jarraud em uma coletiva de imprensa, ressaltando ser necessário pesquisar mais. "Se isso for confirmado, é uma preocupação significativa".

A biosfera, incluindo plantas e solo, e os oceanos absorvem cada um cerca de 25% das emissões humanas de CO2. Se essa média cair, mais gases-estufa ficarão retidos na atmosfera, onde podem permanecer durante centenas de anos.

Os oceanos estão ficando cada vez mais ácidos, o que limita sua capacidade de absorver dióxido de carbono. O nível de acidificação dos oceanos é inédito pelo menos nos últimos 300 milhões de anos, afirmou a OMM.

Ainda que as emissões humanas de CO2 diminuam em 80% até 2050, o efeito estufa total na atmosfera mal terá diminuído até 2100. Quanto mais se empregam combustíveis fósseis, mais difícil será reverter o efeito estufa, alertou a entidade.

"Emissões de CO2 do passado, do presente e do futuro terão um efeito cumulativo tanto no aquecimento global quanto na acidificação dos oceanos. As leis da física não são negociáveis", diz Jarraud. "Nosso tempo está acabando".

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As emissão estão aumentando principalmente por causa do crescimento industrial de China, Índia e outras economias emergentes. Quase 200 governos concordaram em chegar a um acordo que estabeleça um limite para o aquecimento global em uma cúpula em Paris no ano que vem.

O mundo tem o conhecimento e as ferramentas para manter o aquecimento global dentro da meta de 2°C acima da época pré-industrial, diz Jarraud, o que "daria a nosso planeta uma chance e... um futuro a nossos filhos e netos".