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Trânsito

Emissão de multas no Paraná cresce quase 10% em 2013

O excesso de velocidade foi responsável por 25% das multas aplicadas entre janeiro e julho deste ano no Paraná | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
O excesso de velocidade foi responsável por 25% das multas aplicadas entre janeiro e julho deste ano no Paraná (Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo)

O volume de multas de trânsito aplicadas no Paraná aumentou cerca de 10% entre 2012 e 2013. Segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), foram emitidas cerca de 1,60 milhão de notificações de janeiro a julho deste ano contra 1,47 milhão registradas no mesmo período do ano passado. Foram, em média, 7.561 multas por dia neste ano. Mais da metade foi aplicada nas sete maiores cidades do estado (veja infográfico).

O aumento no número de multas é creditado a diversos fatores, mas um deles chama a atenção. O supervisor da Coordenação de Infrações do Detran, Rodrigo Kozakiewicz, explica que os valores das multas estão congelados desde 2000. Segundo ele, os 13 anos de estagnação levam os motoristas a não se importarem mais em pagar o preço estipulado para determinadas infrações.

"Algumas pessoas não consideram os valores tão altos. Algo que custava R$ 50 era proporcionalmente maior naquele período do que é hoje. Muitos motoristas, infelizmente, só se conscientizam quando dói no bolso", afirma.

O presidente da comissão de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR), Marcelo Araújo, concorda e ainda ressalta a necessidade de os valores serem atualizados. "Hoje, os pontos perdidos na carteira de habilitação são mais sentidos que o valor que deve ser pago", afirma.

Fiscalização e frota

Outro fator apontado para o crescimento no número de punições é a fiscalização mais intensa. Soma-se a isso ainda o aumento da frota. "Com mais carros circulando há chance de mais infrações", diz Kozakiewicz. Em julho do ano passado, o Paraná tinha 5,6 milhões de veículos em circulação e, em julho deste ano, passou para 6 milhões.

O supervisor do Detran também ressalta a falta de conscientização dos condutores. Nesse sentido, dois pontos poderiam ser, segundo ele, enfatizados. "Precisamos tanto de mais campanhas de conscientização quanto de campanhas que possam sensibilizar os motoristas. O comportamento do trânsito só irá mudar se os condutores perceberem a necessidade de trafegar em segurança", afirma.

A vice-presidente da Comissão de Trânsito da OAB-PR Gisele Barioni ressalta que muitos ignoram a gravidade de descumprir as normas de trânsito. "Elas não existem para penalizar o indivíduo, mas para proteger a vida, regulamentar normas de convivência no trânsito e garantir condições para a mobilidade", assinala.

QuadranteIppuc planeja "acalmar" ruas no Centro de Curitiba

Bruna Komarchesqui

Diminuir a velocidade dos automóveis nas vias centrais da cidade, de modo que a prioridade seja o pedestre e o ciclista. A proposta de implantação de um "Centro acalmado" em Curitiba foi discutida na tarde de ontem, em um encontro promovido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), em parceria com a Associação dos Ciclistas do Alto Iguaçu (CicloIguaçu).

O palestrante convidado para o evento foi Reginaldo Paiva, do Instituto de Engenharia de São Paulo, que fomentou o debate com "cases" da capital paulista. Segundo ele, a tendência é de retomada do conceito de "vizinhança tradicional" – quando há deslocamentos rápidos de casa ao trabalho – por meio de estreitamento das vias, eliminação de barreiras para pedestres, como meios-fios, e criação de atrativos visuais, como canteiros de flores.

A primeira via acalmada de Curitiba será a Avenida Sete de Setembro, que conforme Antônio Miranda, assessor da presidência do Ippuc e mediador do debate, deve ser um dos limites do quadrante do "centro acalmado" – os demais, ainda não foram definidos. Além da limitação da velocidade de automóveis a 30 km/h, por meio de placas, faixas elevadas (nas imediações de desembarques de ônibus) e lombadas, haverá melhorias nas calçadas.

De acordo com a engenheira de trânsito da Urbs Rosângela Battistella, a criação de uma "zona 30" – em referência a 30 quilômetros por hora como velocidade máxima permitida a automóveis no quadrilátero central – é um sonho antigo, que não encontrou eco nas administrações anteriores. "Espero que, agora, as coisas aconteçam."

O coordenador da CicloIguaçu, Goura Nataraj, defende que, a exemplo de cidades europeias, Curitiba precisa resguardar seu Centro. "E por que 30 por hora? Porque, nessa velocidade, se houver um acidente, ninguém morre. O dano é menor."

Pedágio

Para Rosângela, o centro acalmado deveria ir da Inácio Lustosa até a Sete de Setembro e da Mariano Torres até a 24 de maio. A ideia, explica ela, é que nesse quadrilátero, crie-se um "pedágio urbano", para tornar o uso do carro menos vantajoso. "Defendo a manutenção dos estacionamentos remanescentes, mas a preços mais altos do que os atuais. Esse dinheiro poderia até subsidiar o transporte coletivo", sugere.

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