Curitiba O salário mínimo regional de R$ 437, avaliado como positivo pelos movimentos sindicais do Paraná, não é visto com bons olhos pelos empregadores. Se aprovada, a medida poderá colocar até R$ 16,5 milhões a mais na economia do estado todos os meses, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PR). Por outro lado, pode ser a causa de demissões e de aumento da informalidade, dizem os patrões.
O projeto que será enviado à Assembléia Legislativa contempla as categorias profissionais que não possuem dissídio ou acordo coletivo de trabalho. Um exemplo são os empregados domésticos, categoria que soma cerca de 390 mil pessoas, das quais apenas 100 mil têm registro em carteira.
Um representante do Sindicato dos Empregadores Domésticos do Paraná (Sedep), entidade que reúne aproximadamente mil patrões, disse que ontem um dos associados ligou ao sindicato preocupado com a idéia de um mínimo de R$ 437. Aposentado, ele queria saber se o salário já estava em vigor, e avisou que precisaria demitir sua empregada se precisasse pagar mais a ela.
Outro empregador, Michael Radamés Goulart, classifica a medida de "eleitoreira" e acredita que vai prejudicar tanto patrões quanto empregados. "Um reajuste desse nível não seria suportável para o empregador, que pode optar pela demissão", explica Goulart.
Mas a presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Marisa Stédile, disse não acreditar na possibilidade de demissões. "As famílias que hoje têm condições de contratar uma empregada não terão dificuldades em pagar o mínimo de R$ 437."