O desenvolvimento rural e a reforma agrária não são apenas uma solução para as famílias que vivem no campo. Essas medidas podem nortear o desenvolvimento nacional do Brasil e de outros países, afirma o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart.
"A volta para o meio rural, com condições de ter uma vida digna, é cada vez mais apontada como uma solução para que os países se desenvolvam", diz Hackbart, que, ao longo da semana, participou de diversos debates durante a 2ª Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, evento promovido pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), em parceria com o governo brasileiro.
Segundo Hackbart, a conferência apontou que essa é uma realidade mundial. "Várias pesquisas no Brasil já mostram isso, outros países relataram isso na conferência também. As oportunidades de ter uma vida digna no meio rural têm de ser reforçadas. É impossível encontrar uma solução de renda, emprego e cidadania só nos grandes centros urbanos", afirma.
O presidente do Incra diz que as oportunidades econômicas nas cidades estão se esgotando para os trabalhadores. "Hoje as opções de emprego nos grandes centros urbanos estão cada vez menores, dado o grau de tecnologia que se usa nos serviços, no comércio, nos bancos", diz ele. "É mentira dizer que nas grandes cidades estão as grandes oportunidades de emprego. Ao contrário, nos grandes centros urbanos, a maioria das pessoas foi expulsa do campo."
No caso brasileiro, Hackbart se ampara no pensamento do economista Celso Furtado: "O Brasil tem uma chance ímpar, Furtado dizia. Temos muita terra e uma população enorme que quer voltar para o meio rural". Para isso, o presidente do Incra lembra, é necessário implementar não apenas políticas de acesso a terra, mas de infra-estrutura, apoio à produção e serviços básicos para a zona rural, de forma a conceder vida digna nesse meio.
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