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O destino de cerca de R$ 500 mil, movimentados pela Associação Paranaense dos Empresários de Obras Públicas (Apeop), estão sendo rastreados pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce). De acordo com as informações do delegado do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), Sérgio Sirino, essa movimentação contábil comprovaria o pagamento de propinas a funcionários públicos e ainda crimes de lavagem de dinheiro e fraude em documento fiscal cometidos por integrantes da Associação.

Em entrevista coletiva, Sirino anunciou na tarde desta quinta-feira que já descobriu que as fraudes promovidas pela Apeop têm ligações com as investigações sobre as empresas concessionárias de rodovias no Paraná.

De acordo com a Agência de Notícias do Estado, os documentos contábeis apreendidos na sede da Apeop apresentam dezenas de supostas doações feitas pela Associação a entidades filantrópicas não identificadas que encobriria o pagamento de propina a funcionários públicos e a lavagem de dinheiro.

Um dos registros que mais chamou a atenção da polícia se refere a uma doação de R$ 10 mil contabilizada para uma "entidade filantrópica" com um aviso, escrito à mão e assinado pelo então presidente da Apeop, Bernardo Guiss, com o seguinte texto:

"Valor destinado para funcionários da Sanepar, para molhar as mãos dos membros em função de liberação de nomes das empresas que compram editais para concorrência dentro da Apeop". O registro é datado em 12 de agosto de 1998.

Segundo Sirino, "com este registro fica escancarado o pagamento de propinas a funcionários públicos. Outros registros que não demonstram especificamente como o dinheiro entrava para a Associação e como ele saía são fortes indícios de lavagem de dinheiro", disse o delegado.

"O dinheiro supostamente doado à entidades filantrópicas, que não estão identificadas, teria origem nas comissões que a Apeop recebia de empreiteiras associadas ao realizar reuniões para organizar fraudes em licitações. Isto comprovaria a fraude em documento fiscal para a lavagem de dinheiro", conclui o delegado.

Sirino aguarda o laudo do Instituto de Criminalística que está analisando uma série de gravações em que vários diretores da Apeop estariam reunidos para tratar sobre assuntos de novas licitações. O resultado deve sair em 30 dias.

A descoberta destes novos crimes faz parte dos desdobramentos das investigações desencadeadas com a Operação Grande Empreitada. A operação que cumpriu mais de 70 mandados de prisão e busca e apreensão, em julho deste ano.

Posição da ApeopA atual diretoria da Apeop informou que está em contato com o advogado que representa a associação para tomar ciência do conteúdo das denúncias apresentadas pelo delegado Sirino na coletiva para depois se pronunciar sobre o assunto.

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