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A crise da aviação brasileira se instalou em Maringá, no Noroeste do Paraná. Problemas entre a Trip Linhas Aéreas e a Nordeste Linhas Aéreas (que presta o serviço de orientação às aeronaves, como balizamento) foram parar na Justiça e fizeram com que a empresa que administra o Aeroporto Sílvio Name Júnior, a Terminais Aéreos de Maringá SBMG, assumisse os serviços. A Trip também não tem recebido informações pelo rádio da Nordeste, mas garante que os pousos e decolagens são feitos em segurança.

Um vôo noturno da Trip entre Curitiba e Maringá precisou sobrevoar a região de Maringá por cerca de 45 minutos no último dia 12 até que conseguisse pousar. O motivo foi um apagão, com as luzes do balizamento na pista desligadas. "Não se brinca com vidas", comenta o superintendente do aeroporto, Marcos Valêncio. A Trip registrou queixa na polícia, mas não entrou em detalhes sobre os procedimentos.

A assessoria de comunicação da Nordeste informa que suspendeu os serviços para a Trip no início do mês. A alegação é uma dívida de aproximadamente R$ 450 mil desde junho do ano passado. A Trip alega que opera em Maringá e Cascavel sem apoio do serviço de rádio desde o dia 1.° deste mês e que as tarifas cobradas pela Nordeste são abusivas e indevidas.

Valêncio disse que solicitou há quatro meses à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a transferência dos serviços prestados pela Nordeste para um controlador de vôo. Ele comenta que o pouso sem apoio de rádio, só com o balizamento, é possível se as condições do tempo forem boas. Do contrário, há riscos de acidentes.

A Nordeste alega que não houve desligamento do balizamento e que o sistema estaria funcionando normalmente. Informa ainda que a Trip estaria aproveitando horários de vôos de outras companhias para suas operações, já que os serviços são acionados 15 minutos antes e desligados 15 minutos depois das operações. A Trip nega e declara que suas operações estão regulares e autorizadas pela Anac.

Através de um mandado de segurança de novembro de 2006, a Trip conseguiu na Justiça que a Nordeste prestasse os serviços. A Nordeste conseguiu cassar a liminar em junho e, em seguida, comunicou a Trip de que pararia os serviços em 30 dias, mas estaria aberta para negociar as pendências – o que não ocorreu.

Uma equipe do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo de Curitiba (Cindacta II) esteve em Maringá há duas semanas para uma vistoria. A reportagem entrou em contato com o Centro de Comunicação Social Aeronáutico, em Brasília, mas não obteve resposta.

Assembléia

O caso chegou na Assembléia Legislativa nesta semana. O deputado estadual Luiz Nishimori (PSDB) encaminhou pedidos de providências para o Ministério da Defesa, à Anac, para o setor de Aviação Civil do Aeroporto de Maringá e para as empresas Nordeste e Trip. Nishimori estava no vôo 5521 com outros 38 passageiros e que sobrevoou Maringá no último dia 12 até conseguir pousar.

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