• Carregando...

A JRN Monitoramento de Alarmes, para quem trabalhava o vigilante Rogério Adriano dos Santos, de 27 anos, negou, por meio de uma nota encaminhada à imprensa, que a empresa atue clandestinamente. Santos foi preso na manhã de quinta-feira (30), acusado de passar informações privilegiadas a uma quadrilha que tentou assaltar uma unidade das Lojas Americanas Express, no bairro Bigorrilho. Na ocasião, houve confronto com a polícia e um assaltante morreu no local. Outro acusado foi encaminhado ao hospital.

Na sexta-feira (1º), o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp-PR), Maurício Smaniotto, disse que a JRN é uma das mais de 700 empresas de segurança que atuam irregularmente no Paraná, sem autorização da Polícia Federal.

A nota divulgada pela empresa, no entanto, garante que a JRN é cadastrada junto à Receita Federal e que possui alvará municipal, que daria condições de atuar regularmente. "Possuímos funcionários registrados, pagamos impostos sobre os serviços executados e todos os encargos previdenciários existentes nas legislações em vigor", acrescenta o comunicado.

A JRN diz lamentar a conduta de Smaniotto "por divulgar coisas falsas, mentirosas e desleais" e menciona que a acusação teria partido porque "a empresa está em fase de expansão, começa a desencadear preocupações junto a alguns concorrentes".

Nesta segunda-feira (4), o Sindesp-PR publicou mais uma nota reafirmando que a empresa de segurança JRN "não possui autorização da Polícia Federal para atuar no segmento de segurança privada". De acordo com a nota, "apesar de a empresa negar que é clandestina e apresentar documentos que comprovam o cadastro junto à Receita Federal e alvará de funcionamento, o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp-PR) reitera a condição de clandestinidade da empresa".

O Sindicato afirma que a Lei nº 7.102/83 regulamenta as atividades de segurança privada e estabelece que cabe ao Ministério da Justiça, por intermédio de seu órgão competente, nesse caso a Polícia Federal, conceder autorização para funcionamento das empresas especializadas em serviços de vigilância, bem como controlar e fiscalizar o trabalho das mesmas. Com isso, o Sindesp-PR defende que não basta ter o cadastro junto à Receita, recolher impostos e encargos trabalhistas e possuir alvará de funcionamento da Prefeitura, conforme alega a empresa em questão.

Smaniotto explica que "o objetivo dessa manifestação do Sindicato é no sentido de alertar a população dos riscos de se contratar uma empresa que não esteja devidamente regulamentada perante a Polícia Federal". Para o sindicato, a autorização da PF impede que as empresas de segurança contratem pessoas sem critério de recrutamento e seleção, não se preocupando em checar a origem do indivíduo, seus antecedentes criminais e sem exigir curso de Formação de Vigilantes e a Carteira Nacional de Vigilante (CNV), expedida pelo Ministério da Justiça.

A reportagem da Gazeta do Povo consultou o registro da empresa por meio da ferramenta disponibilizada no site da PF e o CNPJ informado em nota pela JRN consta como "não é autorizado pela Polícia Federal". A reportagem também consultou a PF no Paraná que também confirmou que, em consultas realizadas no cadastro nacional da polícia, ficou constatado que "a empresa não possui autorização para prestar serviço de segurança privada no estado do Paraná".

Em novo contato com a empresa JRN, a advogada Adriane Mendes, disse que a empresa não vai mais se manifestar sobre o episódio e garantiu que tomará as medidas cabíveis perante a Justiça. Ela garantiu que as alegações do Sindesp-PR publicadas pela Gazeta do Povo não são verdadeiras.

Assalto

O tiroteio ocorrido no bairro Bigorrilho, em Curitiba, ocorreu por volta das 9h15, quando dois homens armados assaltaram as Lojas Americanas Express, na esquina das ruas Padre Agostinho e Otávio do Amaral. Depois de render funcionários, os bandidos tentaram fugir, mas foram surpreendidos por policiais da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc). No confronto, o acusado Luciano Ferreira do Nascimento, de 26 anos, foi morto. O outro assaltante Márcio Albuquerque, de 27 anos, foi atingido por 11 tiros, mas não morreu.

O policial civil, Marcos Aurélio Ribeiro, 35 anos, também foi baleado com um tiro de raspão na perna. Leonis Palhano Goes, de 60 anos, que estava na fila de um açougue do outro lado da rua, também recebeu um tiro na perna. Os dois feridos foram encaminhados para o Hospital Evangélico e não correm risco de morrer.

Polícia sabia do assalto

A polícia sabia que uma quadrilha estava se articulando para assaltar, na manhã de quinta-feira, a unidade das Lojas Americanas Express, no Bigorrilho, em Curitiba.

A intenção das autoridades era chegar ao local a tempo de impedir que os bandidos entrassem no estabelecimento, mas os assaltantes acabaram antecipando a ação.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]