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11 anos depois

Empresário assume participação em chacina de Unaí

O acusado de ser um dos mandantes da chacina de Unaí, em Minas Gerais, o empresário cerealista José Alberto de Castro, assumiu a participação na morte de apenas um dos quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego assassinados em 2004. O julgamento de Castro, e também de outro acusado de ser mandante da chacina, o fazendeiro Norberto Mânica, começou na terça-feira em Belo Horizonte. A confissão de José Alberto ocorreu durante interrogatório, que acontece na manhã desta sexta-feira, 30.

A chacina ocorreu em 28 de janeiro de 2004 na zona rural de Unaí. Os funcionários do ministério faziam fiscalização de fazendas na região.

Castro disse que sabia da trama apenas para o assassinato do fiscal Nelson José da Silva. O cerealista afirmou ainda que participou da armação para morte do fiscal a pedido do também cerealista Hugo Pimenta que, por sua vez, estaria atendendo a pedido do fazendeiro Norberto Mânica, que reclamava das multas aplicadas por Nelson.

O ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica, também é acusado de ser um dos mandantes da chacina, conforme denúncia do Ministério Público Federal.

De frente para os jurados, Castro chorou, pediu desculpas e disse estar arrependido. “Estou aqui para assumir a minha culpa. Errei e estou disposto a pagar por isso”, disse. Ele confessou que entrou em contato com Francisco Pinheiro, o agenciador que contratou os pistoleiros para a chacina, e que sabia quando o grupo começou a seguir o fiscal Nelson. Porém, não tinha conhecimento que quatro pessoas seriam mortas.

‘Gente boa’

O fazendeiro Norberto Mânica afirmou nesta quinta-feira (29), que não tem envolvimento com o assassinato dos quatro servidores. Norberto disse durante julgamento em Belo Horizonte que o auditor fiscal Nelson José da Silva, uma das vítimas, era “gente boa”.

“Era austero, mas justo”, afirmou Norberto, que foi interrogado pelo Ministério Público Federal (MPF) no terceiro dia do julgamento na capital mineira.

Na quarta-feira (28), o cerealista Hugo Pimenta, também acusado de envolvimento com a chacina, acusou o fazendeiro de, irritado com o trabalho de Nelson, iniciar a trama para matar o fiscal.

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