Curitiba O proprietário do Costão do Santinho, um dos resorts mais luxuosos do país, Fernando Marcondes de Mattos, negou ontem qualquer envolvimento na compra de licenças ambientais, crime investigado pela Operação Moeda Verde, da Polícia Federal em Santa Catarina. O empresário foi preso na última quinta-feira, junto de outros 20 suspeitos, e solto no sábado.
Para Marcondes, sua prisão foi um "equívoco". Ele afirma que na investigação, o procurador Cláudio Fontella, do Ministério Público Federal (MPF) em Santa Catarina, tinha excluído o nome dele da lista de pessoas que deveriam ser submetidas à prisão temporária, mas que o juiz federal responsável, Zenildo Bodnar, da Vara Ambiental, Agrária e Residual de Florianópolis, não teria obedecido à observação do MPF.
Marcondes admitiu ter relações profissionais e de amizade com o vereador Juarez Silveira e com André Dadan, da Fundação Estadual de Meio Ambiente, também presos na operação, mas diz que seus contatos se limitavam a solicitar agilidade na tramitação de processos. "Há um congestionamento e eu solicitei ajuda, mas nunca comprei uma decisão ou conheci alguém que tenha feito isso", disse. O empresário confirmou ter ajudado na campanha de Dadan para deputado estadual.
A assessoria de imprensa do MPF afirmou ontem que o órgão não vai comentar a declaração enquanto não for ajuizada a denúncia referente ao caso. A PF, por outro lado, contestou as informações do empresário. De acordo com o órgão, os mandados de busca e apreensão alcançaram o objetivo de garantir que não houvesse adulteração e nem a perda de provas das irregularidades.
Os malotes recolhidos serão abertos nesta semana e devem ser analisados nos próximos 30 dias. A Polícia Federal informou ainda que, mesmo em liberdade, Marcondes e outras envolvidos continuam a ser alvo de investigação.
Suspeitos
Quatro pessoas permanecem detidas: Juarez Silveira, Dadan, Renato Joceli de Souza, secretário afastado da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos (Susp) da prefeitura de Florianópolis e Rubens Bazzo, também servidor da Susp. Hoje Marcílio Ávila, atual presidente da Santur, empresa de promoção do turismo do governo estadual, e ex-presidente da Câmara, único dos 22 suspeitos que ainda não cumpriu mandado de prisão temporária, deve se apresentar à PF.