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Um empresário do setor imobiliário, acusado de ter atirado contra uma travesti, se apresentou à Delegacia de Homicídios (DH) de Curitiba, na tarde desta sexta-feira (5). Por volta das 18 horas, acompanhado de um advogado, do filho e de um funcionário, ele prestava depoimento ao delegado Sivanei de Almeida Gomes, responsável pelo caso. De acordo com o funcionário, o patrão reiterou que disparou na travesti depois que ela tentou assaltá-lo dentro de um flat, que fica em um prédio que pertence ao empresário.

"Pelo que vi, acredito que a travesti tenha tentado assaltá-lo e ele acabou reagindo. Agora, ele [o empresário] vai contar os detalhes ao delegado", disse o trabalhador, em entrevista à Gazeta do Povo.

Identificado apenas como Silva, o funcionário – que trabalha como porteiro no prédio – foi o primeiro a ser ouvido pela polícia. Ele contou que, por volta das 23 horas de terça-feira (2), o empresário chegou ao imóvel, acompanhado de uma pessoa que aparentava ser uma mulher. "Eu vi pelas câmeras de segurança, então não deu para saber se era travesti", apontou.

O patrão teria subido ao andar onde ficam os flats que são alugados. Minutos depois, o porteiro afirmou ter ouvido discussões e tiros. "Foram barulhos muitos fortes, altos. Mas não subi lá para ver", explicou.

O funcionário afirmou que ouviu o patrão combinando preços com a travesti, como se fosse alugar um dos flats a ela. De acordo com ele, o empresário costuma mostrar apartamentos durante a noite para clientes que demonstram interesse em alugar os apartamentos. "Ele [o empresário] costuma trazê-los [os clientes] aqui, no próprio carro. Já teve casos em que ele foi buscar pessoas na rodoviária para ver os flats", disse.

O crime

O empresário – que possui dois prédios com flats para locação, no bairro Bom Retiro – é acusado de tentativa de homicídio e de omissão de socorro. Na de terça-feira, ele chegou ao prédio em seu Mercedez Classe A, por volta das 22h45, acompanhado da travesti. Os dois subiram a um dos flats e, em seguida, ouviu-se discussões e tiros.

O acusado desceu e pediu ajuda dos funcionários para socorrer a travesti. Ela foi colocada em um Hyundai Santa Fé, que pertence ao filho do empresário, e levada pelos dois do local.

A travesti foi encontrada por um homem em uma rua do Pilarzinho, duas horas depois. Em depoimento à polícia, o rapaz disse que encontrou-a ferida e que levou-a ao local. A travesti permanece internada no Hospital Cajuru e está fora de perigo. O nome do empresário não foi revelado pelas autoridades.

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