A ligação da BR-277 ao Porto de Antonina, prevista no projeto da Interportos, é uma reivindicação antiga do município, de acordo com o prefeito Carlos Augusto Machado. Hoje, o acesso é feito passando pelo centro de Mor­retes. "O prejuízo, tanto para Morretes e Antonina quanto para as empresas, é grande. O trajeto é mais comprido e mais caro e o fato de a carga passar pelo centro das duas cidades danifica os prédios e prejudica o turismo, que é o nosso ponto forte", diz.

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Com a nova rodovia os caminhões não passarão pelas cidades e a distância será reduzida em dois terços, de 35 para 10 quilômetros (km). A ligação com o Porto de Santos também estaria assegurada, já que o acesso continuaria até chegar à BR-116.

Para o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap), Yahia Hamud, o anúncio do projeto é visto com incredulidade. "Essa notícia soa como música aos meus ouvidos, mas vejo com desconfiança. Creio que o momento é inadequado, por estarmos próximos do segundo turno. No calor das eleições, prometem muita coisa, mas nunca vi algo andar pós período eleitoral. Se vier, será ótimo, mas desconfio."

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As melhorias na PR-412, que liga Garuva ao Porto de Pa­­ranaguá (via balneários), assim como a construção de um acesso paralelo à mesma rodovia, exclusivo para caminhões, são essenciais, mas perderão eficácia se a entrada da cidade continuar abandonada, de acordo com Hamud. Por causa da falta de infraestrutura, o tráfego se torna lento, atrasando o acesso ao porto, além de encarecer o transporte. "Hoje, há um caos logo na entrada, com caminhões disputando espaço com o trânsito normal. Isso não está de acordo com o potencial do nosso porto."

O prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, quer que a revitalização do local, um trecho de aproximadamente 5,6 km, seja bancada pela concessionária Ecovia, que administra o trecho entre Curitiba e as praias. "Ela precisa assumir o o compromisso, já que cobra pelo pedágio. Mandamos o projeto ao governo e estamos esperando a resposta", afirma.

Promessa antiga

Prevista desde 1989, a ponte de Guaratuba é um sonho antigo das prefeituras do Litoral. "É um ótimo projeto, pois, principalmente durante a temporada ou na época de safra, a travessia é muito demorada, além de ser insegura", opina o diretor da Se­­cretaria de Turismo de Matinhos, Roberto Paulo Meissner. "E vai atrair mais turistas, com certeza, além de preservar as ruas da cidade." Sobre o ferryboat, o posicionamento do governo é de que o serviço pode coexistir com a ponte. O contrato da empresa F. Andreis com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) vai até abril de 2019.

Para a ex-presidente e atual conselheira da Associação Comercial e Industrial de Gua­ratuba (Acig), Edna Aparecida de Souza, a Inter­portos irá fomentar o comércio e aumentar a competitividade entre as empresas. "Hoje, os preços no litoral são muito altos. Isso acontece porque há poucas empresas aqui. Elas não vêm pra cá por conta da falta de investimento do governo. Não acredito muito na ponte, mas se vier, será ótimo".

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