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| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

A Câmara de Curitiba sediou nesta quarta-feira (15) uma audiência pública sobre o projeto de lei que visa proibir fogos de artifício na capital. Segmentos que defendem a causa animal – a favor da proibição – e comerciantes e fabricantes de fogos de artifício – contrários à restrição – lotaram o auditório da Câmara.

Na reunião, os dois lados expuseram seus motivos. Enquanto os apoiadores do projeto citam o bem-estar animal e humano como razões para aprovação do texto; os empresários alegam que a proibição geraria o desaquecimento do setor e consequente desemprego de cerca de dois mil profissionais ligados ao mercado de fogos de artifício.

Ao final da audiência, a vereadora Fabiane Rosa (PSDC), autora da proposição, afirmou que vai apresentar um substitutivo que flexibiliza o projeto. Em vez da proibição ampla do uso de fogos de artifício em Curitiba, seriam proibidos apenas os fogos com estampido.

Segundo a vereadora, a mudança não é fruto apenas do debate feito na audiência desta quarta-feira, mas leva em conta também toda a discussão feita desde a apresentação do texto, em janeiro, e a apresentação de um projeto semelhante na Câmara Federal.

No dia 9 de fevereiro, o deputado federal Ricardo Izar (PP-SP), também ligado à causa animal, propôs o fim dos fogos com estampido em todo o país.

Argumentos

Para sensibilizar os presentes dos danos causados por fogos de artifício, a vereadora Fabiane Rosa convidou Taís Brustolin, dona de seis cachorros, para relatar um incidente causado pelo barulho dos fogos.

“Ontem [14], às cinco horas da tarde, meu vizinho resolveu soltar fogos. Foi uma briga generalizada que aconteceu no meu quintal por conta do barulho. O menos pior [dos cães] está aqui no meu colo. Tenho uma cachorra em casa que está cheia de pontos”, relatou.

Hugo Harada/Gazeta do Povo

Cynthia Veiga, enfermeira responsável pelo centro cirúrgico do hospital Evangélico também participou da reunião e relatou casos de acidente envolvendo os fogos de artifício. “Não estamos nem a favor nem contra, mas acho que o manuseio tem que ser adequado. Tem que ter uma prévia explicação de como usar esses fogos”, alertou.

Marcelo Menegaski, da Associação Comercial e Industrial de Fogos de Artifício do Paraná (Aincofapar), rebateu. “Eu me importo com o sofrimento do cachorro que brigou por causa dos fogos, mas eu me incomodo também com as mais de duas mil famílias que ficarão desempregadas”, disse.

Para Rodolpho Aymoré, presidente da Aincofapar, a proibição causará um grande impacto cultural e social na cidade. Segundo ele, Curitiba é a terceira capital em consumo de fogos no Brasil. “No Natal do Palácio Avenida, boa parte dos presentes já se encantaram com os fogos que lá detonamos”, exemplificou. “É porque o curitibano gosta, somos maioria”.

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