Empresários são mortos por falsos compradores de imóveis

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Dois empresários sócios de uma produtora de vídeo (NP Marketing e Eventos), com sede em Curitiba, foram mortos a golpes de facas durante a negociação de um imóvel residencial em Cascavel, no Oeste. Os corpos de Jair Silva, 38, e Rodrigo Federhen, 32, foram encontrados na madrugada desta terça-feira dentro do bagageiro de um Fiat Doblô.

A Polícia Civil prendeu em flagrante o casal Hermes dos Santos Montanari e Andrea Dias, que confessaram o crime. Um terceiro suspeito chegou a ser preso, mas segundo a polícia não há provas contra ele. Andrea está grávida de 7 meses.

O delegado Edward Ferraz contou que Silva havia colocado à venda um imóvel residencial no Residencial Gramado e o casal procurou o empresário mostrando interesse pela casa. A transação foi feita e eles chegaram a firmar um contrato de compra e venda em um cartório de registro de imóveis.

O crime aconteceu no momento em que Silva receberia o dinheiro, vendido por R$ 300 mil. Ele convidou o sócio para ir até a casa do casal de compradores. Os homens foram mortos com vários golpes de facas. Em um dos corpos, havia mais de 30 perfurações.

Funcionários da produtora começaram a estranhar o fato dos sócios não atenderem ao celular durante a tarde de segunda-feira. "A gente estranhou porque o principal instrumento de trabalhos deles é o celular", contou um dos funcionários.

Desconfiados, amigos e os próprios funcionários da produtora que trabalha exclusivamente para a BV Financeira começaram a procurar pelos dois empresários.

O Doblô de Jair foi visto deixando o residencial onde ele morava e os amigos começaram a seguir o carro que parou em uma residência localizada no bairro Maria Luiza. A polícia foi acionada e, quando chegou ao local, encontrou o carro deixando a residência e abordou o veículo.

Montanari, que dirigia o Doblô, ainda tentou fugir, mas foi detido pela polícia. A mulher, que estava em um Uno, também foi presa no local. Quando os policiais abriram o bagageiro do carro, encontraram os corpos enrolados em lençóis e cobertores.

O casal não quis falar sobre o crime, mas, em depoimento à polícia, confessaram a autoria. O plano do casal, que não tinha os R$ 300 mil, era matar Silva e ficar com o imóvel. O delegado Ferraz disse que eles pretendiam "desovar" os corpos em uma cidade da região e depois se defenderem do crime alegando que os empresários poderiam ter sido vítimas de um latrocínio. Ferimentos

No início da tarde de segunda-feira, Andrea chegou a acionar o Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência) por causa de ferimentos nos braços. Ela informou que teria sido vítima de agressão por parte do ex-marido. Para a polícia, neste momento, os empresários já estavam mortos. Telefonema teria sido uma forma de despistar o crime e os ferimentos foram provocados durante a execução do duplo assassinato.

Montanari, que trabalha em uma montadora de ônibus, não tinha antecedentes criminais até então. Andrea já possui antecedente, mas a polícia não soube informar em que tipo de crime ela se envolveu. O sistema de registros estava com problemas na manhã desta terça-feira. A polícia suspeita que ela também esteja envolvida em casos de estelionato, já que na casa foram encontrados blocos de receituários e carimbos médicos.

O corpo de Rodrigo Federhen está sendo velado em Toledo, onde moram seus familiares. A família de Jair Silva ainda não definiu o local do velório, que poderá ser em Londrina ou Curitiba. Federhen era casado e pai de um filho de um 1 ano e meio. Silva também era casado e pai de duas crianças, de 6 e 12 anos.