Rio de Janeiro O vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), José Anchieta, disse ontem que o órgão vai pedir uma indenização de ao menos R$ 40 milhões à União por causa da operação-padrão dos controladores de tráfego aéreo. O sindicato alega que acumula prejuízo há 12 dias.
Caso não consiga um acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na reunião prevista para terça-feira, o sindicato, que reúne 18 empresas do setor, ameaça recorrer ao Judiciário.
De acordo com um levantamento preliminar do sindicato, o prejuízo diário das empresas aéreas é de cerca de R$ 4 milhões neste período. "Com a operação-padrão, cada avião está operando duas horas e meia acima da média, o que totaliza cerca de R$ 2,5 milhões diários. Fora isto, as empresas estão tendo, por dia, gastos de cerca de R$ 200 mil para alimentar e transportar os passageiros, além de um prejuízo de cerca de R$ 500 mil com desistência dos clientes, que pagaram a passagem e estão pedindo o dinheiro de volta entre outras coisas, disse Anchieta.
Segundo o vice-presidente do sindicato, o valor ainda não foi fechado. Anchieta disse que as empresas estão levantando a conta. "Pode ser ainda maior, disse o dirigente.
Na reunião com a Anac, o Snea vai pedir que a indenização seja revertida em abatimento das taxas aeroportuárias para as empresas do setor.
Ações
O sindicato já possui um plano B em caso de divergência com a Anac. Segundo Anchieta, "cabem dois tipos de ações. Uma por perdas e danos. A outra por quebra do equilíbrio econômico e financeiro pelo contrato de concessão. Neste contrato, nos obrigamos a prestar um serviço adequado. E a União não está nos dando a condição indispensável para prestarmos esse serviço adequado, afirmou o vice-presidente do Snea, que acredita que o caos voltará amanhã aos aeroportos, dia de retorno dos passageiros do feriadão.