Brasília Governo e empresas aéreas fecharam ontem acordo para alertar com mais rapidez aos passageiros de eventuais atrasos em vôos. Desde ontem, as companhias estão obrigadas a informar imediatamente às autoridades problemas verificados na origem dos vôos, capazes de provocar demora no embarque de passageiros no aeroporto de destino.
Os dados serão repassados a um posto de informações no gabinete de crise mantido pela Aeronáutica e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no Rio.
O gabinete se encarregará de avisar imediatamente centros de controle de tráfego, funcionários da Infraero e dos balcões de check-in nos aeroportos, além dos pilotos e funcionários das empresas que atendem o público.
Com essa medida, acertada entre Anac, Aeronáutica e empresas aéreas, o governo espera melhorar o fluxo de informações sobre os atrasos, desafogar o trabalho dos controladores e reduzir, além da demora, o estresse de passageiros que enfrentam longas horas de espera pelos aviões.
A principal reclamação deles na atual crise dos aeroportos é justamente a falta de informações precisas.
"Desencontro"
O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, reconheceu que desde o início da crise, há mais de um mês, havia "certo desencontro" entre autoridades e empresas na comunicação sobre atrasos.
Até ontem, segundo ele, o alerta das companhias ocorria, algumas vezes, minutos antes do horário marcado, o que dificultava o gerenciamento das partidas e chegadas nas conexões.
Zuanazzi disse que a expectativa é de que os controladores, por exemplo, sabendo antecipadamente de atrasos na origem dos vôos, possam evitar retenções desnecessárias de decolagens ou pousos nos aeroportos de conexão provocadas por medo de sobrecarga no monitoramento. "Confiamos que isso pode trazer bons avanços."