As empresas que operam o transporte coletivo de Curitiba atestam que os ônibus ainda são o melhor para a cidade. Mas já procuraram o Ippuc para dizer que, caso o metrô venha a ser instalado, elas se candidatam a ser as responsáveis pelo sistema. O sindicato que reúne as 30 empresas de ônibus da cidade informa que elas são especialistas em transporte coletivo e que estão dispostas a passar para uma nova modalidade, se a administração pública achar que esse é o caso.
De acordo com o diretor de Planejamento, Expansão e Marketing da Companhia Brasileira de Transporte Urbano, Raul de Bonis, é comum que haja conflito entre os governos e as empresas de transporte quando se fala em instalar o metrô. No entanto, o Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) informa que as conversas com o setor estão indo melhor do que se poderia imaginar. "Acho que as empresas entendem que o metrô não substitui os ônibus. Apenas vai fazer algumas linhas em que já há saturação", afirma Luiz Henrique Fragomeni, presidente do Ippuc.
Atualmente, há 30 empresas operando ônibus de linha na região de Curitiba. A maior parte trabalha apenas fazendo ligação entre as cidades vizinhas e a capital. Apenas dez trabalham dentro de Curitiba. São empresas que estão no sistema há muito tempo e que, só agora, por determinação do prefeito Beto Richa, terão de enfrentar uma licitação para que se determine se elas continuarão ou não a fazer o serviço.
O sindicato das empresas de ônibus afirma que o metrô pode não ser a solução para Curitiba e cita como um de seus principais argumentos o preço do transporte. Os cálculos do Ippuc apontam que cada quilômetro de linha deverá sair por cerca de US$ 35 milhões, ou o equivalente a pouco mais de R$ 70 milhões. As empresas de ônibus afirmam que o preço poderá ser três vezes maior e dizem que o dinheiro de um único quilômetro poderia ser suficiente para melhorar muito o sistema de ônibus da cidade.
Outro argumento do sindicato é que o metrô custa muito caro para atender apenas uma das linhas de Curitiba. Ou seja: todos os contribuintes da cidade estariam pagando por uma obra que servirá apenas a quem precisa fazer o itinerário Norte-Sul na região das canaletas.
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