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CPI da Urbs

Empresas de ônibus alegam prejuízo de R$ 26 milhões em 32 meses

Após pressão dos vereadores sobre assessores financeiros que representam as empresas de ônibus da capital paranaense, foi apontado que o prejuízo nos primeiros 32 meses de concessão foi de R$ 26 milhões. Dois representantes do sindicato patronal falam em uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo de Curitiba que ocorre na manhã desta sexta-feira (16), na Câmara Municipal. Na pauta havia a promessa de uma a apresentação detalhada, por parte das empresas, de pelo menos seis aspectos do balanço financeiro das organizações.

Apesar de entregar seis volumes encadernados, Valmir Monbach e Vinicios Gapski – do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) – diziam, na maior parte dos questionamentos, não saber detalhar informações pedidas pelos vereadores. No início da sessão eles relataram que nos documentos entregues há a apresentação dos primeiros 32 meses da concessão, demonstrativo de receitas e despesas, fluxo de caixa, balanço patrimonial, demonstração das mutações de patrimônio líquida e notas explicativas.

Questionados sobre números, no entanto, os dois disseram que não fazem a contabilidade das empresas e que são apenas assessores técnicos da área financeira. O vereador Jorge Bernardi, presidente da comissão, perguntou sobre o lucro das companhias e a resposta foi de que é necessário captar empréstimos de entidades de fomento para conseguir manter a operação normal do transporte coletivo na capital devido a prejuízos. Eles não disseram, no entanto, onde são obtidos e qual o valor desses empréstimos.

Em seu Facebook, a vereadora professora Josete (PT) - que integra a comissão -, comentou a sessão. "Está ocorrendo agora mais uma sessão da CPI do Transporte Coletivo. Valmir Mombach, contador das empresas, está sendo evasivo nas suas respostas", relatou.

O valor do suposto prejuízo das empresas só saiu após uma pergunta do vereador Valdemir Soares (PRB), que afirmou que estava ficando constrangido com a falta de informações mostrada pelos depoentes. Depois de muita insistência, e já no período da tarde, Monbach detalhou os valores de prejuízo de cada um dos lotes que opera as linhas urbanas do transporte coletivo de Curitiba. O consórcio Pontual teve prejuízo de R$ 6,24 milhões, o Transbus de R$ 4,409 milhões e o Pioneiro amargou as perdas de R$ 15,491 milhões.

Gasto com táxi aéreo gera questionamento

Depois de a reunião ser interrompida por 10 minutos, vereadores questionaram os representantes da Setransp sobre um gasto da empresa Viação Tamandaré, em um total de de R$ 39 mil, com a empresa de táxi aéreo. A informação foi encontrada, segundo os parlamentares, nos documentos fornecidos pelos depoentes na CPI antes do início da sessão desta sexta. Em resposta, ambos afirmaram que não poderiam comentar o gasto pois não são os responsáveis pela contabilidade das empresas. . Em outras empresas, foi verificada a compra de imóveis, além da concessão de empréstimos pelas empresas para os próprios sócios ou para terceiros.

Na próxima segunda-feira, os vereadores vão fazer uma reunião administrativa para definir o calendário da CPI. A expectativa é que os próximos depoentes sejam os responsáveis pela área contábil e financeira da Urbs.

Nota

No final da tarde de ontem, o Sindicato das Empresas de ônibus de Curitiba e Região Metropolitano enviou a seguinte nota oficial:

"Setransp explica dados da contabilidade das empresas

No dia de hoje, sexta-feira dia 16 de agosto, o Setransp (sindicato das empresas de onibus de Curitiba e Regiao Metropolitana) apresentou em reunião da CPI do Transporte Coletivo da Câmara de Vereadores de Curitiba um relatório com os balancos financeiros das empresas que operam o sistema.

São centenas de documentos que precisam de uma análise criteriosa, feita por tácnicos contabilistas e especialistas em finanças.

Infelizmente o calor do debate produziu uma série de equívocos de interpretação dos dados contábeis. Exemplo disso foi em relação à Viação Tamandaré e uma nota de uma empresa de táxi aéreo.

A empresa Viação Tamandaré Ltda, declara que a empresa Golden Air Aerotáxi Ltda, jamais lhe prestou serviços de fretamento aéreo, conforme divulgado pela CPI do Transporte.

Importante destacar que o valor mencionado pela Comissão de R$ 39.163,00 (trinta e nove mil, cento e sessenta e três reais) que consta nas Demonstrações Financeiras da empresa em 30/06/2013, refere-se a uma operação de crédito (mútuo) realizado entre as duas empresas, para adimplir a obrigação com folha de pagamento na data de 20/05/2013, tendo sido devidamente registrado no Passivo da empresa Viação Tamandaré Ltda em contrapartida do ingresso do recurso em seu caixa, conforme preceitua a Legislação Contábil.

Este demonstrativo financeiro traduz a difícil situação financeira pela qual estão passando todas as empresas do sistema de transporte coletivo, que vão buscar alternativas para honrar seus compromissos financeiros.

O Setransp salienta a necessidade da CPI da Câmara de Vereadores analisar detalhadamente os documentos apresentados antes de emitir opiniões e conclusões, sob pena de cometer erros de avalição e injustças.

O Setransp acredita que a CPI chegará no fim dos seus trabalhos com a conclusão de que o sistema de transporte coletivo precisa de ajustes para continuar eficiente e sustentavel."

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