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Empresas de ônibus podem ter que devolver dinheiro à Urbs

A falta de qualidade dos serviços prestados pelas empresas que gerenciam o transporte coletivo em Curitiba pode fazer com que elas tenham que devolver dinheiro à Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e, com isso, a tarifa técnica de ônibus na capital pode cair. A afirmação foi feita pelo presidente da companhia, Roberto Gregório da Silva Junior, nesta quarta-feira (3) durante a entrega do relatório final da Comissão de Análise da Tarifa do Transporte Coletivo. "Existem sinalizações de que a tarifa pode ter uma redução. Mas, neste momento, não há como precisar um valor", ressaltou.

De acordo com o vereador Jorge Luiz Bernardi (PDT), representante da Câmara Municipal na Comissão, há, por enquanto, a possibilidade de reduzir até R$ 0,09 da tarifa técnica atual, de R$ 2,99, já que essa quantia corresponde ao valor repassado - por passagem - como bônus às empresas que cumpriram indicadores de qualidade. "O valor descontado pode aumentar ou diminuir dependendo dos serviços das empresas de transporte", explicou.

Durante entrevista coletiva, que também contou com a participação de representantes do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) e Plenária Popular do Transporte Coletivo, foi revelado que o relatório final da comissão, de 750 páginas, apresenta 106 recomendações para que o sistema de transporte integrado seja melhorado na capital.

Entre elas, auditorias nas contas e contratos, revisão de parâmetros a cada quatro anos, verificação do equilíbrio da Rede Integrada de Transporte (RIT) e até uma atualização dos próprios indicadores de qualidade utilizados pela Urbs atualmente.

Cada uma dessas recomendações será enfrentada individualmente. "É preciso identificar irregularidades e julgá-las, mas sugerimos ao prefeito Gustavo Fruet que isso seja feito antes do próximo reajuste tarifário", comentou Gregório. Ele também sinalizou que entidades interessadas poderão participar do processo de investigação.

Para um dos representantes da Plenária Popular do Transporte, Lafaiete Santos Neves, os contratos são o grande problema. "Os parâmetros de cálculo foram desenvolvidos em 1980. O valor da tarifa atual poderia ser de R$ 2,40", apontou. A Frente de Luta pelo Transporte Público de Curitiba, responsável por organizar as manifestações que levaram mais de 15 mil pessoas às ruas da capital, acompanhou a entrega do relatório. Para a representante Letícia Camargo, agora está nas mãos da prefeitura levar a investigação a sério. "O executivo municipal precisa mostrar que está comprometido a rever as licitações. Nós continuaremos indo às ruas e reivindicando o congelamento do valor da passagem em R$ 2,60", disse.

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