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As seis concessionárias de pedágio que operam no Paraná afirmam que perderam cerca de R$ 3,1 milhões com os protestos realizados pelos sem-terra no estado nesta semana. Entre terça e quarta-feira, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e simpatizantes da causa da reforma agrária ocuparam 25 das 27 praças de pedágio do estado.

A manifestação era uma homenagem aos 19 sem-terra assassinados pela polícia em Eldorado dos Carajás, no Pará, em 17 de abril de 1996. Desde 2002, por decreto do então presidente Fernando Henrique Cardoso, a data se tornou o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Os manifestantes atuaram em diversos estados, com marchas, ocupações e bloqueios de rodovias.

Ao chegarem às praças de pedágio, os sem-terra liberaram as cancelas e deixaram que os carros e caminhões passassem sem pagar a tarifa. De acordo com a direção regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, somando-se as perdas em cobrança com alguns danos materiais causados pelo protesto, os prejuízos chegam a R$ 3.166.227, 00. O balanço foi divulgado ontem.

Os danos materiais, dessa vez, segundo a associação, foram menores do que em outas ocasiões em que o MST ocupou as praças de pedágio. Boa parte dos danos teve relação com as câmeras de segurança das praças. Os sem-terra, para evitar que o grupo fosse filmado durante a ocupação, chegaram a quebrar alguns equipamentos e cortaram os cabos de transmissão de outras. Fora isso, os danos foram pequenos.

Reflexos

As seis concessionárias de rodovias do Paraná afirmam que vão levar o levantamento ao Departamento de Estradas de Rodagens (DER) para que a informação entre no cálculo do reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. A associação acredita que os prejuízos podem, inclusive, causar aumento no reajuste anual das tarifas ou ter reflexos no programa de investimentos das empresas.

O diretor regional da associação das concessionárias, João Chiminazzo Neto, diz que as empresas cogitaram cobrar o valor dos prejuízos na Justiça, acionando o próprio MST. No entanto, a estratégia foi deixada de lado porque as empresas consideram praticamente impossível processar o movimento.

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