Cerca de 150 trabalhadores terceirizados que realizam a coleta vegetal, roçada e manutenção do Horto Florestal e do Passeio Público de Curitiba protestaram ontem em frente à sede da prefeitura em função do atraso no pagamento dos salários de outubro. O grupo bloqueou quatro pistas da Avenida Cândido de Abreu.
Os trabalhadores são funcionários das empresas Nicons Comércio de Plantas Ltda., Ajardini Paisagismo Ltda., Urbanística Ambiência Ltda., e Ecsam Serviços Ambientais Ltda., todas contratadas pela administração municipal. As empresas alegam não receber os repasses mensais da prefeitura desde agosto e, por isso, não têm condições de manter o pagamento do quadro de funcionários em dia. Também não há previsão de regularização da situação, segundo as empresas.
De acordo com João Gerônimo Filho, tesoureiro do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba (Siemaco), a dívida da prefeitura com as empresas soma mais de R$ 5 milhões desde agosto. Se os repasses não forem feitos, alerta o sindicalista, cerca de 400 funcionários terão seus salários comprometidos e correm o risco de perder o emprego.
"É a primeira vez que acontece isso. A prefeitura alega problemas de fluxo de caixa, mas não diz quando será regularizado. Não vamos sair daqui enquanto não recebermos uma posição da prefeitura", disse Gerônimo. De acordo com o Siemaco, o sindicato entrou com medida cautelar na Justiça ainda no domingo, solicitando o bloqueio das faturas das empresas junto à prefeitura para garantir o pagamento dos funcionários.
Resposta
Em nota, a prefeitura de Curitiba afirma que participou, em 30 de outubro, de uma mesa redonda no Ministério Público do Trabalho, com a presença de representantes do Siemaco e das empresas Nicons, Urbanística e Ajardini. Segundo a prefeitura, a ata da reunião registra que foi estabelecido prazo até amanhã para que o Executivo municipal apresente à Procuradoria do Trabalho um plano de pagamentos o que será feito no prazo combinado.
Representantes do Siemaco e das três empresas foram recebidos na tarde de ontem pelo secretário de Governo municipal, Ricardo Mac Donald Ghisi, que reiterou o compromisso da prefeitura de cumprir o prazo estabelecido. A prefeitura também enviou ofício ao procurador federal do Trabalho informando sobre a manifestação e reafirmando que cumprirá o prazo para apresentar a previsão de pagamentos.