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Mais que a urbs

Empresas estimam prejuízo maior com “fura-catracas” em Curitiba: R$ 300 mil por mês

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo/Arquivo
(Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo/Arquivo)

A estação-tubo do Passeio Público, em direção ao terminal do Santa Cândida, concentra o maior número de passageiros que entram nos ônibus sem pagar a tarifa, os chamados “fura-catracas”, em Curitiba. O ponto registra média diária de 208 invasões por dia, conforme revela pesquisa divulgada nesta quinta-feira (5) pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp). O estudo, feito com dados colhidos em cinco dias, aponta que o uso “ilegal” do transporte público na capital geral prejuízo de R$ 300 mil por mês ou R$ 3,6 milhões por ano – valor que supera em cinco vezes o estimado pela Urbs no mês passado.

Segundo o levantamento, a soma de todos os casos registrados em Curitiba durante o período de coleta das informações mostra que a média diária de usuários que deveriam mas não pagam tarifa é de 3.252. No universo dos cinco postos de cobrança com mais incidência de invasões estão ainda as estações Itajubá - sentido Centro (101 por dia); Antônio Lago - sentido Centro (77); Tubo China (74) e Rio Barigui - sentido Centro (69), cada uma em um bairro diferente da capital.

Uma análise mais específica do estudo, levando em conta a relação do número de usuários com a quantidade de invasões registradas, mostra que no topo do ranking está a estação-tubo Rio Barigui, sentido bairro. Dos 675 passageiros que entraram no ponto nos cinco dias da pesquisa, 271 – 40,15% do total – entraram sem pagar a tarifa (excluindo isentos cadastrados).

A mesma estação, mas no sentido inverso (Rio Barigui - sentido Centro) aparece em segundo lugar nesta lista, com uma média de 27,14% de passageiros invasores, seguida das estações Passeio Público - sentido Santa Cândida (13,62%), Tubo China (10,47%) e Itajubá - sentido Centro (8,4%).

Sobre a divergência dos valores de prejuízo apontados, a Urbs disse que o número repassado à imprensa no mês passado tratou-se apenas de uma estimativa feita com base em informações pegas de algumas - e não todas- as estações da cidade. Por isso, não se pode comparar os dois resultados.

Invasões em grupo dificultam inibição

“Notamos que as invasões são em grupo. Então, o cobrador não tem muito o que fazer se não tiver apoio”, ressaltou o assessor técnico do Setransp Henrique Credidio para explicar a falta de contenção dos “fura-catracas” em Curitiba.

Conforme a pesquisa do sindicato, 49,1% das entradas ilegais nos coletivos durante o período de coleta dos dados foram feitas por um grupo denominado como “gangues e vândalos”. O termo, a entidade explica, foi usado para designar o conjunto de pessoas que invade e também danifica a estrutura das estações-tubo ou dos ônibus. Em segundo lugar vêm os estudantes, que respondem por 21,36% dos casos. Torcedores aparecem na 5ª e última posição, somando 5,7% das invasões. Quanto aos horários, a maior parte dos casos (22%) ocorrem das 13 às 17h30.

“Está se criando uma cultura de invasão”, afirmou o diretor executivo do Setransp Luiz Alberto Lenz. Embora sem apresentar dados para comprovar a afirmação, o diretor disse que o número de passageiros transportados que decidem não pagar o valor da passagem tem aumentado continuamente. “Essa questão nos preocupa porque gera ameaça e medo aos usuários. E por causa do medo, pode haver menos usuários e uma evasão aos cofres públicos”, analisa.

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