A Polícia Civil do Rio Grande do Sul abriu inquérito para investigar a participação de empresas e revendedores no golpe da "almofada milagrosa". Duas empresas de Londrina (Norte do Paraná), fabricantes do produto, estão na mira da polícia: a Fuji Yama do Brasil e a Fisiolar. Pelo menos 20 pessoas procuraram nesta terça-feira o Procon em Porto Alegre informando que teriam caído no golpe. O Procon dará 15 dias de prazo para que as empresas da cidade apresentem sua defesa.
Na segunda-feira, reportagem veiculada no Jornal Nacional, da Rede Globo, mostrou vendedores ofereciam uma almofada térmica que teria propriedades de cura, atuando na prevenção de doenças cardiovasculares e circulatórias, insônia e depressão. Os golpistas ainda induziriam aposentados e pensionistas do INSS a pagar pelo produto usando crédito consignado, com desconto direto em folha.
As empresas de Londrina que tiveram seus nomes citados na reportagem argumentam que o contato com o consumidor final é feito exclusivamente por revendedores. O material, segundo elas, é vendido apenas no atacado. "Não temos responsabilidade sobre isso. Não temos equipe de vendedores", alega Henderson Carvalho, da Fuji Yama do Brasil. A sócia-proprietária da Fisiolar, Maria Aparecida Munhoz, também atribui as irregularidades aos revendedores. "Vendemos só no atacado. O contrato é feito pelo representante", afirma.
Reclamações
As reclamações não pararam depois da denúncia feita pela Globo. A secretária de uma empresa contou ter recebido mais de 10 ligações de clientes insatisfeitos em menos de 30 minutos. De acordo com o advogado da Fuji Yama, a empresa, que abriu um canal de comunicação com o cliente pelo 0800-400-3200, irá ressarcir quem se sentir lesado. O advogado alega, no entanto, que a reclamação deve ser feita primeiro no revendedor.
A Fisiolar está atendendo o consumidor pelo 0800-400-2707. A empresa argumenta que os pedidos de devolução, assim como no caso da concorrente, devem passar primeiro pelo revendedor.
Os representantes das empresas condenaram o método de venda usado pelos vendedores e contestaram as aplicações milagrosas atribuídas ao produto pelos vendedores. Segundo elas, as almofadas devem ser usadas apenas "preventivamente" e não curam doenças.