Instituições comemoram resultado
Para a secretária de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto, o bom desempenho das instituições estaduais é reflexo dos investimentos feitos nesta área pela atual gestão. A destinação de recursos pelo governo do estado passou de R$ 551 milhões, em 2003, para R$ 936 milhões, em 2006, um aumento de 77%. Para 2007, a previsão orçamentária é de R$ 1,34 bilhão.
"O resultado demonstra que estamos no caminho certo. Em educação tem de se investir sempre", diz a secretária, ressaltando que, no exame de 2005, 26 dos 45 cursos que receberam resultados bons e ótimos no Paraná eram de instituições estaduais. Em 2006, dos sete cursos que registraram máximo desempenho, cinco são de entidades públicas estaduais.
Já o coordenador do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ariel Santos de Albuquerque, ressalta que esta foi a segunda boa avaliação obtida pela graduação no ano passado ela recebeu a classificação cinco estrelas no Guia Melhores Universidades, da Editora Abril. "A qualificação do corpo docente e o empenho dos nossos alunos nos mantêm entre os melhores do país", diz Albuquerque. O curso completou 50 anos em abril.
Para o coordenador de Ciências Contábeis da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) de Pato Branco, Eliandro Schvirck, a colocação foi uma surpresa. "Esperávamos um bom resultado. Acredito que o empenho dos nossos alunos e professores foram determinantes", diz. O curso existe desde 1978 e em 1994 foi incorporado ao sistema federal.
Os resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) o antigo Provão aplicado em 2006 colocam sete cursos de graduação do Paraná entre os 45 que conseguiram os níveis mais altos da avaliação em todo o país. Os desempenhos foram divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC).
Nesses cursos com nota 5 (a maior do Enade, tanto na avaliação geral como no índice de conhecimento que a escola agrega ao aluno), o Paraná obteve o segundo melhor desempenho. Perdeu apenas para São Paulo, que registrou oito graduações com os níveis máximos de avaliação. Mas o estado vizinho concentra o maior número de cursos de graduação do país, 1.346 23,6% dos 5.701 avaliados. No Paraná, participaram do exame 494 graduações, 8,7% do total avaliado.
Dos sete cursos paranaenses em destaque, cinco são de instituições públicas estaduais e dois de universidades federais (veja ao lado). O bom desempenho das instituições estaduais se repetiu em todo o país: nas provas de conhecimentos gerais a média dos alunos chegou a 50,7, e nas provas de conhecimentos específicos a média foi de 42,8. As médias nacionais (em todas as instituições) foram de 45,4 e 36,4, respectivamente. Estudantes de universidades particulares obtiveram médias 43,9 e 34,9, respectivamente.
Reprovados
Apesar do bom desempenho do Paraná, pouco há para se comemorar. Os 45 cursos com as notas máximas nos dois quesitos representam apenas 1% dos 5.701 avaliados. Mas, se for considerado somente o conceito Enade, apenas estudantes de 23% dos cursos superiores do país apresentaram pontuações entre 4 e 5, que são consideradas altas.
No exame do ano passado, os estudantes responderam a questões objetivas e discursivas de formação geral e conteúdo específico dos cursos de Administração, Arquivologia, Biblioteconomia, Biomedicina, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Comunicação Social, Design, Direito, Formação de Professores, Música, Psicologia, Secretariado Executivo, Teatro e Turismo.
Os estudantes com os conceitos mais altos são os de Teatro, com 65,5% dos cursos com notas 4 e 5. Em seguida está Secretariado Executivo, com 52,8%. Música ficou em terceiro, com 46,9%. Quase metade das graduações, 49,2%, tiveram nota 3. Os cursos de Comunicação Social são os que têm maior concentração, 55%, nesse conceito. No conceito 2 encontram-se 25,5% dos cursos do país e 2,4% possuem nota 1. Biomedicina concentra a maior quantidade de graduações, 48,8%, com notas 1 e 2.
O Enade tem como objetivo medir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos conteúdos desenvolvidos pelas instituições de ensino, suas habilidades e competências. Em 2006, participaram do exame 386.524 alunos de 1,6 mil insituições de ensino.
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