Pantanal tem maior seca em 35 anos
O Pantanal mato-grossense experimenta, em 2009, o período mais seco dos últimos 35 anos e as mudanças climáticas podem tornar esse tipo de fenômeno mais recorrente nas próximas décadas. O alerta é do pesquisador da Embrapa Pantanal Ivan Bergier. As informações são da Agência Brasil. "Este ano será bastante atípico. Vai se realmente seco. Já temos detectados focos de incêndio e a incidência de queimadas deve ser alta até o fim do ano", afirma Bergier.
São Paulo - As chuvas que castigam a Região Nordeste do país já destruíram centenas de casas e deixaram milhares de desabrigados nos estados do Maranhão, Piauí e Bahia. No Maranhão, a Defesa Civil estadual estima que 196 mil pessoas foram atingidas e 65 mil estão desabrigadas ou desalojadas. As chuvas deixaram 72 cidades em situação de emergência, ou um terço do estado. Ontem, 30 homens do Corpo de Bombeiros de São Paulo desembarcaram no Maranhão para dar assistência às vítimas. Além deles, outros 30 bombeiros do estado foram deslocados às cidades mais atingidas pelas chuvas.
A elevação do nível dos rios trouxe um problema de segurança pública para o Maranhão. Bandidos aproveitam o abandono de centenas de residências e comércios para saquear telhas, tijolos, portas e janelas. Por isso mesmo isolado pelas águas muitos moradores evitam sair das casas. A situação é pior em cidades como Trizidela do Vale, Pedreiras e Bacabal, as mais atingidas pelas chuvas. A Polícia Militar deslocou 40 homens para intensificar as rondas na cidade com barcos e lanchas.
Já em Salvador, chega a 500 o número de famílias desabrigadas em consequência das chuvas. Em um único bairro, Paripe, no subúrbio ferroviário, um dos mais atingidos, 50 casas desabaram num período de 24 horas das primeiras horas de sábado até a madrugada de ontem. Os imóveis localizados na Rua de Deus caíram em efeito dominó. Outras 50 estão condenadas pela Defesa Civil, no mesmo local, sob a iminência de ruir.
Embora não tenham sido registradas vítimas fatais, as perdas materiais para as famílias foram totais. Os técnicos da prefeitura acreditam, porém, que pode chegar a 200 o número de casas condenadas caso a chuva persista. Dados das duas estações meteorológicas instaladas pela Defesa Civil atestam a intensidade da chuva. Em apenas 10 dias de maio, o índice pluviométrico ultrapassou o previsto para todo o mês em algumas áreas da cidade.
A explicação para a tragédia vivida pelos moradores pobres de Paripe está no próprio solo, de massapê, que se expande com a absorção da água. Uma faixa de terra de cerca de 500 metros de extensão por 1.200 de largura deslizou, destruindo ainda todo o sistema de esgoto, derrubando poste de eletricidade, comprometendo o abastecimento de água e o fornecimento de energia elétrica. Ontem, embora a chuva tenha diminuído, chegando a ocorrer tímidas aberturas de sol pela manhã, as solicitações de ajuda registradas pela Defesa Civil se mantiveram. Até o meio-dia já somavam 83 notificações, 50 delas de deslizamentos de terra.
Seis pontos da cidade permaneceram com o trânsito interditado em razão dos alagamentos e da terra que correu de barrancos. Entre as vias interditadas, estavam algumas de maior movimentação como as avenidas Centenário e Paralela, na região do estádio de Pituaçu. Conforme a Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão, a partir de hoje começa a ser liberado o auxílio-moradia, que aumentou de R$ 100 para R$ 150.
No Piauí, pelo menos 19 municípios às margens do Parnaíba estão em estado de alerta por causa da cheia. O controle de vazão é feito pela Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), mas a Barragem de Boa Esperança, em Guadalupe (345 Km ao Sul de Teresina), está no limite da capacidade. A direção da Chesf informou aos prefeitos da calha do Parnaíba que iria liberar as comportas numa vazão de 1.800 metros cúbicos por segundo, o que poderia ocasionar alagamentos nas regiões ribeirinhas.
Em Teresina, as famílias começam a voltar para suas casas depois da redução do nível do Rio Poti. Enquanto contabilizam os prejuízos, já começam o trabalho de limpeza e retirada da lama. O governo do estado e as prefeituras das cidades atingidas estão adotando o modelo do programa Família Acolhedora, realizado em Teresina desde 2004, onde uma família abriga outra e recebe R$ 150, cesta de alimento e material de limpeza da prefeitura durante três meses. O objetivo é evitar que os desabrigados sejam alojados em escolas e prejudique o ano letivo.
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