Arqueólogos americanos e guatemaltecos anunciaram na última quinta-feira que encontraram uma escadaria maia que contém os escritos hieróglifos da civilização pré-colombiana mais longos encontrados até agora na Guatemala e que fazem referência ao 13 Baktun (calendário maia de longa contagem).
A descoberta aconteceu em abril, no projeto arqueológico La Corona, no departamento de Petén, que faz fronteira com o México e o Belize.
O americano Marcelo Canuto, coordenador do projeto, explicou que a escadaria, que contém retratos de reis e textos hieróglifos que seriam os mais longos, foi encontrada durante um trabalho feito por estudantes das universidades Del Vale (Guatemala), Tulane e Texas (Estados Unidos). Disse ainda que essa é uma das descobertas epigráficas mais significativas das últimas décadas na Guatemala, já que data do ano de 696 d.C..
La Corona, no município de San Andrés, foi um dos sítios arqueológicos "mais saqueados" e muitos painéis de hieróglifos foram vendidos nos EUA e na Áustria, entre outros países.
Segundo Canuto, o descobrimento da escadaria deixa claro mais uma vez que os antigos maias usavam seus calendários para promover mensagens positivas.
O americano, que também é diretor do Middle American Research Institute da Universidade de Tulane, explicou que o local foi encontrado em meados de 1990, mas foi apenas em 2005 que os arqueólogos começaram a trabalhar e, em 2008, foi estabelecido o projeto.
O arqueólogo Tomás Barrientos, da Universidade del Vale, apontou que os textos falam do final do 13 Baktun, que erroneamente foi associada com o fim do mundo. "Este texto fala da história política de La Corona e não de profecias", esclareceu.
Segundo Barrientos, a data aparece em um dos painéis que se referem à visita do governante maia mais poderoso da época, Yuknoon Yichaak Kahk, de Calakmul, no ano 696 d.C. à La Corona.
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